Um dos sub-relatores da CPI dos Sanguessugas, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) entregou ontem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sete relatórios com cruzamentos de telefonemas dos investigados por envolvimento no escândalo do dossiê Vedoin que não foram indiciados pela Polícia Federal.
De acordo com a reportagem de Sônia Filgueiras, no jornal O Estado de S. Paulo, o principal alvo do tucano é o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), que foi apenas citado pelo delegado da PF Diógenes Curado Filho no relatório final do caso. Segundo o tucano, há “inúmeros os elementos que evidenciam que o deputado Berzoini teve ciência das tratativas referentes à compra do dossiê a cada passo”.
Sampaio também envolve, em sua denúncia, o ex-segurança do presidente Lula, Freud Godoy, dono da empresa Caso Sistemas de Segurança. De acordo com o tucano, a análise de chamadas de envolvidos para Berzoini e das atribuídas ao petista para a Caso evidenciariam “a provável participação do deputado até mesmo na aquisição de recursos” para a compra do dossiê. Tanto o ex-assessor de Lula quanto o presidente do PT negam qualquer envolvimento com o episódio.
“O relatório entregue por Sampaio aponta que pelo menos 3 dos 14 dias citados como cruciais no processo de negociação do dossiê os cruzamentos mostram o seguinte padrão de ligações: Expedito Veloso liga para Jorge Lorenzetti, que telefona para Oswaldo Bargas, que liga para Berzoini. O presidente do PT, por sua vez, telefonaria para a empresa Caso, de Freud Godoy. Sampaio esclareceu que essas chamadas não ocorrem em seqüência – são intercaladas por outras. Em outros 3 dias, há chamadas de telefones atribuídos a Berzoini para a Caso. Em pelo menos outras seis situações, Berzoini troca chamadas com Bargas”, diz a reportagem do Estadão.