O governador Blairo Maggi vive em 2009 um verdadeiro dilema de futuro: continuar seu mandato até o final de 2010 e permanecer sem mandato por determinado tempo, ser candidato ao Senado da República e tentar quebrar uma escrita histórica de que nenhum ex-governador ao concluir seu mandato conseguiu se eleger senador e conseqüentemente deixar o cargo de Chefe do Executivo Estadual para seu vice, Silval Barbosa (PMDB) que poderia então se tornar candidato em 2010 ou torcer pela prorrogação dos atuais mandatos por dois anos para a coincidência de mandatos em 2012 que levaria ao fim da reeleição e apenas uma eleição a cada cinco anos, puxado pelo carisma e pelo favoritismo do presidente Lula.
Todos, sem exceção, pré-candidatos ou não, partidos políticos aguardam uma posição de Maggi, pois qualquer movimento que ele faça neste intrincado tabuleiro de xadrez da sucessão estadual, mexe com a vida dos partidos e dos candidatos e muda completamente a situação.
Se Maggi decidir ficar até o final do seu mandato, independente da prorrogação os não dos atuais mandatos, terá forte influência na sucessão, mesmo que alguns oposicionistas acenem que ele saiu desgastado das eleições municipais com duas derrotas em Cuiabá e no seu principal reduto eleitoral, Rondonópolis. Todos que hoje colocam em dúvida a possibilidade de prorrogação de mandatos são beneficiados pela medida, pois são deputados estaduais, federais e senadores e, portanto, não a assumem apenas para não parecerem fisiologistas perante a seletiva e exigente platéia popular, que na realidade é quem define, pelo menos a cada dois anos quem sai e quem fica ocupando as funções públicas.
Já se ele (Maggi) decidir ser candidato terá que ser dentro de uma coligação que lhe garanta uma certa folga, pois terá que negociar com o seu neo-aliado o PT que tem pelo menos dois candidatos ao Senado, a senadora Serys Marly Slhessarenko e o deputado federal, Carlos Abicalil, além de agradar outros aliados para que eles não se unam todos contra o seu candidato ao governo e ao Senado.
Blairo Maggi sabe e conhece do jogo político, mesmo estando em seu terceiro mandato. Cada partido e aliado que desprezar é um mais contra seu grupo político e que tendenciosamente se encaminhará para os braços dos tucanos, que pelo menos em nível federal são favoritos a vencerem as eleições. Mesmo com o resultado pífio da reeleição do prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), única figura expressiva no minguado ninho tucano mato-grossense, não se pode desprezar a possibilidade dele se candidatar e ganhar musculatura com aliados como os Democratas, os peemedebistas, os petebistas entre outros que fariam diferença na corrida sucessória.
Para não ter o PMDB contra si, Maggi precisa abrir espaço para Silval Barbosa. O mesmo acontece com o PT, e como não existe vaga para todo mundo, apenas uma de governador, uma de vice, duas de senador fica difícil, muito difícil se contentar a todos.
Fora tudo isso, ainda tem o flerte entre Blairo Maggi e o PP, de José Riva, outro que aguarda ser chamado para compor uma chapa majoritária, já que Riva quer ser senador e prefere ter como candidato ao Governo, o democrata Jaime Campos, o que desagrada a Pagot e ao PT, então se segura que o vôo livre desta asa delta chamada Arco de Aliança pode ser diretamente para o muro ou para o chão.