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Governo não descarta aumento na taxa de juros

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central prevê que a condução da política monetária, com a administração da taxa de juros anual (Selic) terá impacto relevante sobre a economia em 2009. Segundo a ata da última reunião do colegiado, divulgada hoje (6) pelo Banco Centra, isso se deve à demanda interna, “ainda aquecida no final do terceiro trimestre deste ano” e às pressões momentâneas sobre os preços relativos, a nível interno, inclusive sobre o mercado de trabalho.

O documento destaca “a importante contribuição do investimento para ampliar a capacidade produtiva”, e não descarta que na condução da política monetária o percentual da Selic venha a ser aumentado.

A influência do cenário externo sobre a inflação no país continua sujeita a efeitos contraditórios que podem se refletir no longo prazo, gerando incerteza.

A possibilidade de desaceleração da economia nos próximos trimestres, conforme o BC, aponta para uma acomodação tanto dos preços das mercadorias no mercado internacional (as commodities) quanto na demanda externa, com reflexos sobre a oferta de crédito no país.

A tendência de desaquecimento da economia, destaca o documento, tem provocado aumento da aversão ao risco, afetando os investimentos em papéis brasileiros e ocasionando a depreciação de seus preços. Isso pode resultar na redução adicional das exportações e afetar os preços de alguns ativos brasileiros, conforme os diretores do BC.

A Ata destaca que os efeitos da crise internacional apontam para a restrição do crédito necessário para a sustentação da demanda doméstica no País, mais que por qualquer efeito específico advindo da condução da política monetária.

A crise internacional provocou efeito negativo sobre a confiança de consumidores e empresários, segundo o Comitê. A continuar essa situação, diz ainda a Ata, “o dinamismo da atividade interna passaria a depender crescentemente da expansão da massa salarial real e dos efeitos das transferências governamentais programadas para este e para os próximos trimestres”.

De acordo com o Copom, apesar das medidas tomadas pelos bancos centrais europeus, e os de Cingapura, da Coréia, do México e pelo Federal Reserva, dos Estados Unidos, os impactos da turbulência financeira internacional deverão persistir sobre os mercados emergentes.

Apesar disso, o Copom considera que deverá haver expansão moderada da economia mundial em 2008 e 2009, embora os indicadores das últimas semanas apontem para um enfraquecimento mais intenso e generalizado da atividade econômica nas economias maduras.

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