O candidato do PR à prefeitura de Cuiabá, Mauro Mendes, atribuiu parte da culpa pela derrota para o tucano Wilson Santos ao “instituto da reeleição”. Na opinião de Mendes, a regra eleitoral que permite a recondução ao cargo deixa os opositores em posição desfavorável.
“O instituto da reeleição cria condições extremamente desiguais para quem está no poder e para quem não está. Até o ministro Ayres Britto [presidente do Tribunal Superior Eleitoral] tem dito isso”, afirmou hoje (27), em entrevista coletiva.
Com o resultados do segundo turno, 95% dos prefeitos de capitais que disputaram as eleições foram reeleitos.
Mendes reconheceu que a falta de experiência política pode ter contribuído para a diferença nas urnas. “Para ter o voto, primeiro você precisa ser conhecido pelas pessoas. Não dá para desconsiderar esse fator”, afirmou. No entanto, ele ressaltou que iniciou a campanha com menos de 1% das intenções de voto e chegou a 114 mil votos ontem (26).
Afilhado político do governador do estado, Blairo Maggi, Mendes disse que, por enquanto, não tem pretensões para 2010 e adiantou que não tem “perfil nem interesse” em cargos no Legislativo. “Sempre tive perfil mais voltado para o Executivo, para a área do fazer, mais do que simplesmente legislar ou fiscalizar, como geralmente cabe ao Legislativo”, comentou.
Mendes disse que tentou telefonar para o prefeito reeleito, mas não conseguiu. Ele adiantou que vai parabenizar o tucano pela vitória e desejar que a gestão dos próximos quatro anos “seja profícua, já que foi a escolha da população”.
Questionado sobre possíveis recursos judiciais sobre o resultado das eleições em Cuiabá, por causa das denúncias de compra de votos, Mendes afirmou que “encerrou” sua participação no pleito e que a assessoria jurídica do PR acompanhará possíveis repercussões.
O empresário reassumiu hoje a presidência da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), cargo que deixou temporariamente para concorrer à prefeitura.