No Comando do Poder Executivo há oito anos o prefeito de Nova Mutum, Adriano Xavier Pivetta, entrega, no final de dezembro, o cargo com saldo positivo. Em entrevista, ao Só Notícias, o gestor classificou seus dois mandatos como intensos, levando-se em conta as ações promovidas para o desenvolvimento do município, cujo crescimento anual oscila entre 10 a 12%. Adriano destaca que entre as principais conquistas ao longo dos últimos anos foi a recuperação da credibilidade de Nova Mutum, sua preparação para se tornar pólo industrial da região Norte. “No primeiro mandato, trabalhamos para resgatar a credibilidade. Não havia crédito para nada. Organizamos o município e o deixamos preparado para receber grandes investimentos”, declarou.
O impulso provocado pela verticalização da cadeia produtiva a partir do agronegócio, com a implantação de indústrias da carne bovina, avícola, entre outras, fomentou o processo. Pivetta classificou como “grande virada” o salto industrial presenciado. É neste segmento que ele acrescenta ainda ter havido fortalecimento. “No segundo mandato tivemos este impulso que foi a verticalização da nossa produção, a vinda de indústrias de carnes, aves e agora a esmagadora que entra em operação em fevereiro 2009 para esmagarar quatro mil toneladas de soja ao dia”, ponderou.
Adriano acrescenta ainda que “Nova Mutum deixou de ser uma cidade pacata, má compreendida e má falada”. No que se refere as dificuldades, o prefeito elenca que o crescimento da cidade de forma ordenada, além do baixo valor repassado em recursos, estão entre os principais obstáculos. “A saúde é um gargalo para todas as administrações, um problema sério para cidades que crescem consideravelmente. O município faz muito com muito pouco. Não deixamos de atender, mas faltam muitas coisas ainda”, considerou.
Segundo Adriano, mensalmente as verbas repassadas pelo Sistema Único de Saúde não se igualam aquilo que a prefeitura destina para uma fundação de saúde da cidade, atualmente na casa dos R$230 mil. “O SUS faz uma propaganda grande, mas na verdade estamos arcando com as despesas”, elencou o administrador.
Adriano diz que o dito popular que atribui aos prefeitos que exercem dois mandatos ficarem ‘estagnados’ no segundo não se aplica a ele. “Este ditado não cabe. No primeiro mandato organizamos [ a cidade]. No segundo temos obras que ainda serão entregues como o Cisc, Bombeiros, escolas, o aeroporto, a pavimentação de 4,5km e meio que contempla a comunidade Ranchão, ginásio, postos de saúde também no Ranchão, uma série de trabalho”, avaliou.
Adriano Pivetta disse não haver qualquer mágoa política em relação ao próximo prefeito Lírio Lautenschlager (PMDB), que no primeiro mandato foi seu vice-prefeito e que, posteriormente, deixou seu grupo político. No segundo mandato, Lírio foi rival de Adriano nas urnas, mas perdeu. No último dia 5, porém, derrotou Diógenes Jacobsen (PR), da mesma base aliada de Pivetta, e é o prefeito eleito de Mutum.
“Temos conversado, uma relação normal e damos prova daquilo que Nova Mutum nunca teve; o respeito mostrado na política. Não fica mágoa. Ele foi meu vice e concorreu contra mim depois. De forma alguma fica este sentimento, pois estamos preocupados com a cidade”, enfatizou.
Adriano Pivetta tem 36 anos. É casado e pai de dois filhos. Reside em Mato Grosso desde meados da década de 80. Já morou em Lucas do Rio Verde, e, em Nova Mutum, está há pelo menos 14 anos.