O Ministério do Meio Ambiente, sob o comando do midiático ambientalista Carlos Minc, divulgou ontem a lista dos 100 maiores desmatadores do Brasil. O Pará lidera o ranking, e Mato Grosso ainda figura como o segundo maior destruidor das florestas. Até então nada de diferente do que vem se massificando nos últimos anos. A novidade, e que ficou escondida, é que o maior responsável pelos desmatamentos foi o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Sozinho, órgão federal representou 44% dos desmatamentos no país.
Conforme a lista divulgada, a área total desmatada é de 520.666.985 hectares. O Incra desmatou 229.208.649 desse total. Quase a metade das florestas derrubadas no Brasil foi devastada a partir de oito projetos do órgão, todos em Mato Grosso, estado governado pelo republicano Blairo Maggi, alvo de muitas críticas do ministro Minc. O governador vem insistindo há tempos que as aparências enganavam, mas tudo parecia uma simples defesa do homem que já foi “premiado” com o título de “moto-serra de ouro”. Mas ele estava certo. Não vamos isentá-lo, mas ele não pode ser “demonizado” como costuma acontecer. Afinal, como sempre reforça Carlos Minc, os números estão aí para provar qualquer tese.
O assunto foi o alvo dos comentários contundes do colunista da revista Veja, Reinaldo Azevedo. “Sozinho, o Incra fez quase o mesmo do que fizeram os outros 92. E onde estão todas essas áreas? No Mato Grosso, governado por Blairo Maggi, que foi transformado na Geni dos ambientalistas; considerado uma espécie de “outro lado” de Marina Silva, a Madona Evangélica dos Povos da Floresta; ou, então, o brutamontes que só pensa em soja, invadindo as florestas agora defendidas por Carlos Minc e seus coletes maravilhosos”, diz Azevedo.
O colunista levantou uma importante conseqüência dos números apresentados pelo Ministério do Meio Ambiente e ainda sugeriu que o governador Maggi receba um sonoro pedido de desculpas da classe ambientalista. “Parece que a preservação da floresta vai começar a entrar em contradição…Sugiro agora aos ambientalistas que façam um ato de desagravo a Blairo. E que demonizem, afinal, Luiz Inácio Lula da Silva. Se Blairo, governador, era culpado pelo suposto desmatamento feito por particulares, Lula é o culpado pelo desmatamento efetivamente praticado por um órgão do governo federal”, disparou Reinaldo Azevedo.