Mato Grosso registra incremento de 151,1% nos financiamentos para habitação nos primeiros cinco meses deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e maio de 2008 foram emprestados R$ 68,707 milhões destinados para aquisição da casa própria ou para compra de material de construção contra R$ 27,355 milhões em igual intervalo do ano anterior. Os dados são do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), do Banco Central (BC) por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Estratificando os números, do total liberado este ano, 51,1% o equivalente a R$ 35,138 milhões foram destinados ao financiamento da obra, da compra do material de construção ou para reforma e ampliação das casas já existentes. Na comparação com o ano anterior, quando foram financiados R$ 2,026 milhões, a variação é de 1.637%. Já os recursos destinados à aquisição de imóveis somaram R$ 33,569 milhões este ano ante os R$ 25,329 milhões registrados nos cinco primeiros meses de 2007, um crescimento de 32,5%.
A alta nas liberações vem sendo registrada desde o ano passado. Na análise do economista e professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Benedito Dias Pereira, o crescimento verificado nas liberações de recursos para serem aplicados na habitação é decorrente da estabilidade da economia, diante do baixo índice de inflação. Ele explica que com um cenário positivo e sem sinais de instabilidade, os meios mais utilizados pelas pessoas para aplicar e aumentar os rendimentos é o depósito na caderneta de poupança, aumentando a captação dos recursos por parte dos agentes financeiros. Assim, afirma ele, os investimentos em ações, ouro e dólar dão lugar à poupança.
“As instituições financeiras devem destinar uma parte do dinheiro depositado na caderneta de poupança para a habitação. Como cresceu o volume de recursos, um maior número de pessoas foram atendidas e a demanda que era grande deu uma reduzida, mas ainda há déficit de moradia”, diz o economista ao avaliar que entre os fatores que estão atraindo as pessoas para a tomada de empréstimos são as taxas de juros menores, facilidade no acesso ao crédito e prazo maior para liquidação da dívida. Ele acrescenta também que se o cenário permanecer assim nos próximos meses, os resultados de 2008 serão ainda mais positivos que os de 2007.