Após depoimento que se estendeu por mais de quatro horas, a deputada estadual Chica Nunes (PSDB) foi indiciada ontem por seis crimes decorrentes da sua gestão na presidência da Câmara de Cuiabá. Apesar disso, ela negou ter chefiado o esquema que desviou cerca de R$ 6,6 milhões dos cofres públicos e disse que o seu “pecado” foi confiar demais nas pessoas.
Acompanhada pelo advogado Ricardo Almeida, Chica ainda disse que não irá se afastar da Assembléia Legislativa por causa do escândalo. Munida de vários documentos, também tentou justificar compras inusitadas do Legislativo nos anos de 2005 e 2006 e considerou a sua administração como “excelente”.
“Mostrei aos delegados que não houve desvio nenhum”, afirmou Chica, durante entrevista coletiva concedida por volta das 22h30. Ela foi ouvida pela Delegacia Fazendária entre às 17h e 21h, na presidência da Assembléia Legislativa. Por quase uma hora e meia depois, no entanto, continuou revisando o termo de depoimento.
Chica negou a acusação de que o seu marido, Marcelo Ribeiro, teria recebido dinheiro do esquema na própria residência. Confirmou que ele trabalhou na Câmara, mas negou o mesmo em relação aos seus irmãos Elson e Benedito Elson.
Chica foi indiciada por formação de quadrilha ou bando, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, falsificação de documento público, peculato e coação, assim como outras sete pessoas. O inquérito deve ser concluído até amanhã, mas os delegados não descartam pedir a prisão preventiva da parlamentar.