O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (2) que os “indícios” de aumento do desmatamento na Amazônia, constatados pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), exigem uma resposta imediata dos órgãos de fiscalização e proteção.
“O dado é preocupante. Não vamos brigar com os termômetros e chorar a seiva derramada. Vamos agir. Algumas ações ainda não geraram frutos e outras serão adotadas agora”, disse Minc.
Entre as propostas anunciadas por Minc está a apreensão de gado em propriedades onde for caracterizado o desmatamento ilegal. As ações de fiscalização que devem ocorrer a partir de 15 de junho serão realizadas em conjunto com forças policiais.
O ministro responsabilizou a produção de soja e a criação de gado pela devastação recente da Amazônia. “Os preços da soja e da carne estão disparados e essa relação é historicamente comprovada no Brasil. Há um estímulo para que novas áreas sejam ocupadas por soja, que joga o gado para frente. E o avanço do gado é responsável por 70% a 80% do desmatamento na Amazônia”, afirmou.
Minc também alertou para o fato de que a realidade da degradação na Região Amazônica possa ser ainda mais grave do que os dados apontados pelo Inpe até o momento. “Os piores meses de desmatamento são tradicionalmente junho, julho, agosto e setembro quando há estiagem e avanço da preparação de terrenos. O pior está por vir e agora é que será o nosso teste”, disse.
Apesar de o Inpe ter revelado que o estado do Mato Grosso concentrou 70% do desmatamento detectado no mês de abril, o ministro evitou fazer críticas ao governador Blairo Maggi. “Não estou aqui para atacar ou defender governador. Quero trabalhar junto. Falei hoje com o Blairo Maggi e pretendo ir até o estado ainda neste mês”, afirmou.