O Tribunal Regional Eleitoral informou nesta quarta-feira que ainda não conseguiu notificar a Assembléia Legislativa sobre a cassação do mandato do deputado estadual Walter Rabello (PP), alvo de processo de infidelidade partidária movido pelo Ministério Público. De acordo com o oficial de Justiça, o setor de protocolo se recusou, sem justificativa, a receber a notificação.
O presidente da Assembléia, deputado Sérgio Ricardo de Almeida (PR), estaria viajando. O servidor do tribunal tentou ao menos três vezes cumprir o previsto na decisão proferida no dia último dia 13. Uma nova tentativa deve ser feita na próxima segunda-feira.
Pré-candidato a prefeito de Cuiabá, Rabello saiu do PMDB e migrou para o PP após 27 de março, quando o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito. Em pronunciamentos durante sessões realizadas nesta semana, diversos parlamentares lamentaram a perda de mandato do colega.
Primeiro-secretário da Assembléia Legislativa, o deputado estadual José Riva (PP) esbravejou na sessão de ontem à noite contra o julgamento dos casos de infidelidade partidária. Culpou o Congresso Nacional, que ainda não promoveu a reforma política. Ele questionou o fato de os deputados federais e senadores infiéis não terem os mandatos cassados.
Por sua vez, o ainda deputado estadual Walter Rabello (ex-PMDB/ PP) não deixou de aproveitar a oportunidade, também na sessão de ontem à noite, para dizer que é um trabalhador e frisar que todas as interpretações foram consideradas no processo de cassação do seu mandato, exceto a da sociedade que votou nele. O pepista também alega que contribuiu para eleger a bancada peemedebista na Assembléia Legislativa.