O senador José Agripino (DEM-RN) contestou, nesta terça-feira (8), que a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) exclusiva do Senado para investigar gastos com cartões corporativos do governo federal seja vista como quebra do acordo entre governo e oposição para instalação da CPI Mista dos Cartões Corporativos. Esse acerto garantiu aos oposicionistas a presidência do colegiado, a cargo da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
Segundo Agripino, o acordo previa a investigação de eventuais irregularidades no uso desses cartões. No entanto, a recorrente derrubada de requerimentos na CPI mista para convocação de depoentes, inclusive da ministra chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Rousseff, foi vista pela oposição como impedimento às averiguações.
– Decidimos não participar da farsa. Nunca houve acordo para não investigar, e o que a CPI Mista estava fazendo era um procedimento não-investigativo. Negaram-nos tudo, não nos restava nenhuma alternativa a não ser que aparecêssemos para o país como participantes de um acordão – declarou.
Agripino também cobrou a adoção do critério matemático para a composição da nova CPI dos Cartões Corporativos e a alternância entre governo e oposição nos cargos de presidente e relator dessas comissões, a exemplo do que ocorreu nas CPIs das Organizações Não-Governamentais e da Pedofilia. O parlamentar também rechaçou a possibilidade de a base governista ficar com os dois postos-chave da CPI dos Cartões Corporativos do Senado.