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Rodízio já é visto como solução para o caos do trânsito de Cuiabá

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Lentidão em alguns pontos, que chega a causar impaciência; rapidez em outros, ocasionando graves acidentes; falta de sinalização adequada e fiscalização deficiente. O trânsito de Cuiabá segue sendo um dos piores do Brasil e com poucas perspectivas de melhoria. O caos é tamanho que até a Câmara de Cuiabá, reconhecida pela sua inércia, decidiu levantar a poeira. Por iniciativa do vereador Luiz Poção (PP), os vereadores aprovaram a realização de uma audiência para discutir a possibilidade de se instituir, a exemplo do que ocorre nos grandes centros urbanos brasileiro, o rodízio de veículos.

O rodízio pode ser necessário exatamente para “encobrir” a falta de gerenciamento do trânsito, de forma competente. As falhas são visíveis diante de problemas de fácil solução. Exemplo: na Avenida Rubens de Mendonça, uma das mais movimentadas, foram instalados semáforos em distância inferior a 200 metros, sem sincronia. Resultado: congestionamento durante praticamente todo o dia. Pior: sinaleiros instalados para facilitar o retorno de veículos em locais inadequados.

A Prefeitura insiste em manter quebra-molas pouco a frente dos semáforos, como em frente a um supermercado, que deixou de construir o recuo para entrada e saída de carros do estacionamento. Esse supermercado já é beneficiado pelos novos retornos instalados na parte alta da via. Outro quebra-mola está próximo ao Grande Templo, servindo apenas de ponto de entrave, já que a redução de velocidade é mínima pelo fato de logo a frente, 50 metros precisamente, já existir um outro semáforo.

Até hoje, apesar de muito se discutir, a Prefeitura e as autoridades de trânsito ainda não se convenceram de que na Avenida Miguel Sutil, outra via de grande movimento e que contorna praticamente metade da cidade, necessita de alterações profundas. Exemplo: a “rotatória perneta” do Centro de Eventos do Pantanal. O que seria um simples retorno e saída de veículos acabou virando rotatória. O local é ponto de sangria do trânsito, já que no horário de pico forma-se grandes congestionamentos.

Pouco mais à frente, há dois quebra-molas distantes menos de 50 menos um do outro. A idéia inicial era a de facilitar a vida dos pedestres. No entanto, os pedestres atravessam a via em vários pontos e os riscos permanecem. Com pouca fluidez, há concentração de veículos nesse ponto. O resultado está mais a frente, 50 metros: a lentidão para se atravessar a rotatória do bairro Santa Rosa. Essa situação ocorre nos dois sentidos.

Desnecessário sequer citar a Avenida Fernando Corrêa, saída Sul da cidade, constantemente engarrafada. O quadro é tão crítico que já não se acredita que a construção da Avenida das Torres, tão propalada, irá conseguir dar vasão ao problema. A lentidão no trânsito é tamanha que a ela pode ser atribuída os acidentes. Explica-se: na ânsia de se livrar dos entraves, motoristas acabam exagerando na perícia de dirigir e batidas a todo instante. Uma das maiores vítimas do trânsito são os condutores de motocicletas.

O trânsito de Cuiabá poderia ser um pouco melhor se a guarnição dos “Amarelinhos” fosse orientada por seus superiores, no caso maior, o secretário de Trânsito e Transportes Urbanos, Elismar Bezerra, a ser prestativa no trânsito. O grupo, em verdade, tem como missão penalizar motoristas infratores. Circulando em “bando”, eles fazem verdadeiras blitzes em busca dos erros para aplicação de multas, não contribuindo em absolutamente nada para ajudar a desafogar as vias públicas e garantir segurança de pedestres.

Autor do pedido da audiência pública, Poção disse que antes de apresentar Projeto de Lei sugerindo um sistema de rodízio municipal de veículos pretende ouvir diversos setores da sociedade em audiência. “É importante a participação de todos os setores porque há a questão da poluição sonora, há dificuldade das viaturas do SAMU de chegar em tempo hábil ao seu destino. Nós precisamos de soluções para resolver a questão caótica do tráfego” – disse.

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