O deputado Walter Rabello depôs hoje à tarde, no Tribunal Regional Eleitoral, no processo que pode resultar na perda de seu mandato por ter mudado de partido. Ele saiu do PMDB e se filiou no PP- Partido Progressista- após o dia 27 de março, prazo que o TSE definiu para caracterizar a infidelidade partidária. Rabello disse ao juiz Renato Vianna que deixou o PMDB por “discriminação pessoal, perseguição política”. Afirmou que, na campanha, foi orientado a pedir votos para Blairo Maggi e, depois, na Assembléia, o PMDB lhe mandou fazer oposição.
Rabello disse ainda que, oficialmente, não havia recebido nenhum comunicado partidário que viesse a impedir sua candidatura a Prefeitura de Cuiabá, este ano,”mas que, em contato pessoal, com vários membros da executiva e lideranças partidárias, foi informado dessa impossibilidade. O deputado não deu nomes dos que teriam dito que ele não seria candidato pelo PMDB. Rabello também relatou, no depoimento, atrito que teve com o presidente do partido, Carlos Bezerra apontando que, na época da eleição dos diretórios peemedebistas, entendeu que colocou publicamente, a Bezerra, em reunião partidária, que deveria haver uma renovação. Bezerra teria dito que Rabello não teria “competência” para tanto e que ele se colocasse no seu lugar.
O deputado Roberto França (sem partido) depôs na condição de “profissional da imprensa e analista político” e defendeu Walter Rabello. Disse que o colega é vítima de “armação” do PMDB. Disse que o partido articulou para o deputado Guilherme Maluf (PSDB) entrar na sigla peemedebista para disputar a prefeitura mas não entrou temendo ser enquadrado na infidelidade partidária. França disse estranhar o fato de Walter Rabello, ano passado, estar liderando pesquisas de opinião e ter sido preterido pela sigla peemedebista.
Em 48hs, o juiz relator Renato Vianna receberá as alegações finais para exarar sua voto favorável ou contrário a cassação de mandato de Rabello.