Os gastos com cartões corporativos dos servidores da Fundação Nacional de Saúde de Mato Grosso são os maiores entre todas as unidades da Funasa no país. Só Notícias apurou junto a Controladoria Geral da União que foram gastos, ano passado, R$ 896 mil. O valor é maior que os gastos feitos por servidores do Maranhão, Pará e Goiás, juntos. No Maranhão os gastos com cartões corporativos foram de R$ 326,4 mil, no Pará, R$ 326,4 mil e, em Goiás, R$ 175 mil.
Em Mato Grosso são 77 servidores que utilizam cartões corporativos. Além de despesas com viagens, combustível, também foram feitas compras em lojas de materiais para construção, supermercados, lojas de informática e empresas que vendem material de expediente. Tem até uma loja de DVD.
19 servidores gastaram mais de R$ 20 mil cada durante o ano. Os gastos do cartão de um servidor do departamento de transportes foram de R$ 36 mil. Além de diversos saques em dinheiro, uma parte expressiva dos gastos foi de compras em lojas de autopeças.
Um servidor fez saques, em dinheiro, no período de janeiro a dezembro, totalizando R$ 14 mil. Outro servidor sacou, entre 29 de outubro a 7 de novembro, R$ 6,5 mil.
Outra servidora gastou em uma loja de “produtos domésticos” cerca de R$ 1,1 mil.
A relação das despesas com cartões apontam a data, valor da compra e a razão social da empresa. Mas não descrimina a quantidade de materiais.
Outro lado:
Procurado por Só Notícias, o coordenador da Funasa em Mato Grosso, Marco Antonio Stangherlin, disse, por telefone, que, “os cartões não são corporativos e não há nada de errado nas compras feitas pelos servidores. Temos uma área enorme no Estado para ser atendida e um grande número de índios. Foram pagas despesas com saneamento, saúde indígena, manutenção técnica, sistema de abastecimento de água, material de expediente e de informática”, explicou. “Em praticamente todos os gastos, primeiro o servidor apresenta o pedido depois é liberado o crédito para o cartão”, acrescentou.
Stangherlin disse ainda que, em alguns casos, os cartões podem ser usados para compras em supermercados e farmácias para atender os indígenas. “Geralmente, são feitas licitações, mas em alguns casos são feitas suplementações e os chefes de departamentos e servidores usam os cartões para pagar despesas de seus setores e unidades”. O coordenador admitiu que, no caso dos gastos com material de expediente e informática, “não é um procedimento normal, mas houve falta de material de expediente na Funasa, no final do ano passado e os cartões foram usados emergencialmente”.
A nível nacional, os gastos de todos os servidores, com cartões corporativos, praticamente drobraram no ano passado. Veja evolução dos gastos:
Em 2004- R$14.151.234 milhões
Em 2005- R$21.706.270 milhões
Em 2006- R$33.027.380 milhões
Em 2007- R$75.656.354 milhões
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