As medidas anunciadas hoje (2) pelo governo federal para compensar a perda de arrecadação de R$ 40 bilhões com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) deverão encarecer o crédito e chegar ao bolso do consumidor.
A avaliação é do comentarista econômico Luis Nassif, que aponta o crédito como “o grande fator de expansão da economia” atualmente.
O governo pretende cortar R$ 20 bilhões em despesas da União e arrecadar R$ 10 bilhões com o aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) para o setor financeiro. Outros R$ 10 bilhões virão por meio do aumento da arrecadação com o crescimento da economia.
O aumento de 0,38% na alíquota do IOF incidirá em operações como empréstimos, compra de bens financiados, utilização de cheque especial e cartão de crédito, e tomada de crédito por cooperativas. “Com o aumento do IOF, encarece o crédito e toda a linha. Não se reduz a Selic [taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia para títulos federais], ela se mantém puxando recursos do orçamento e, na ponta, encarece mais ainda o crédito”, avaliou Nassif.
Para a economista Maria Beatriz de Albuquerque, o governo deveria ter incluído medidas de estímulo aos investimentos no país. “Não foi tomada nenhuma medida em relação a investimentos não-financeiros: em Bolsa de Valores, capital de risco, por exemplo. Talvez pudesse ter sido uma boa oportunidade para isso”, apontou.