O ex-gerente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Hugo José Scheuer Werle, foi absolvido pela Justiça Federal. Ele era acusado de crimes contra o meio ambiente, formação de quadrilha e crimes contra a paz. O ex-servidor administrativo contratado do Ibama, Ricardo Arruda de Moraes, que respondia pelos mesmos crimes, foi condenado a 8 anos de prisão e também pagamento de multa. O advogado dele, Paulo Cesar Zamar Taques, fala que a decisão foi baseada em argumentos que não constavam nos autos e por este motivo vai recorrer. A sentença é do juiz Julier Sebastião da Silva da 1º Vara Federal.
Taques afirma que Ricardo foi acusado de estar envolvido com venda de Autorização para Transportes de Produtos Florestais (ATPF) de maneira irregular e na verdade nem sequer era atribuição do setor onde trabalhava a emissão do documento. Ricardo foi exonerado do cargo que ocupava no órgão. O advogado diz ter convicção de que a sentença será reformulada.
Tanto Ricardo quanto Hugo foram acusados pelo Ministério Público Federal de fazerem parte de um esquema, no qual recebiam propina para facilitar a retirada de autorização para desmatamento e também ATPF”s, que legalizavam o transporte da madeira retirada ilegalmente. O ex-gerente do Ibama chegou a ser preso pela Polícia Federal em 2005, na operação “Curupira”, mas conseguiu o direito de responder em liberdade.
De acordo com a denúncia, os empresários solicitavam o documento, que em primeiro momento era negado. Eles procuravam o Ibama para saber o motivo e eram aliciados por fiscais que cobravam um valor pela liberação.
Nos interrogatórios, Werle negou ter recebido qualquer dinheiro de propina. Na escutas telefônicas, realizadas na época da operação policial, Hugo não fazia nenhum acordo pelo telefone, porém alguns empresários investigados comentavam entre si que o ex-gerente tinha negado-se a aprovar determinada solicitação.