Membros da Comissão Provisória do Partido Republicano Progressista (PRP) dizem ter motivos para acreditar que o assassinato do presidente da legenda, Arkybaldo Junqueira dos Santos, ocorrido em Cuiabá, tem motivação política. “Ele vinha recebendo ameaças de morte. Ontem (quarta-feira) ele recebeu um telefonema de uma pessoa, que nem quero citar o nome, que falou que queria tomar o partido a todo custo. Ele falou que ia tomar o partido nem que fosse na marra”, informou um dos diretores da comissão provisória, Rodney Brito, que está sendo cotado para suceder Arkybaldo na presidência do partido.
Questionado sobre quem teria ameaçado o presidente do partido, Rodney apenas ressaltou que Arkybaldo já teve problemas com o homem que supostamente o ameaçava de morte. “Ontem eu passei o dia todo com Arkybaldo. Ele pediu para mim, cuida do Mário, não deixa o Mário andar sozinho”, descreveu.
Rodney se refere a Mário Borges Junqueira, filho de Arkybaldo, que confirmou as informações sobre as ameaças de morte dirigidas a seu pai, com motivação política. “Ele chegou a comentar comigo que estava recebendo esse tipo de ameaça”.
A direção nacional do partido refuta a hipótese de crime político. O presidente nacional, Ovasco Resende, falou, por meio da assessoria de imprensa, que não tinha conhecimento de ameaças e que, geralmente, em casos semelhantes, os membros do partido denunciam o fato para a direção nacional.
A direção estadual deverá se reunir na próxima semana para escolher o novo presidente do PRP. Além de Rodney, Mário Junqueira também está cotado para assumir a presidência do partido. “Estamos estudando essa hipótese, para pegar a rédea do partido e ver que rumo vamos tomar”, disse o filho da vítima.
Embora acreditem que o assassinato do presidente PRP tenha motivação política, a família e a direção do partido não descartam outros motivos para o crime. “Há três anos ele era o único fornecedor de cloro para a Sanecap, e isso contraria interesses de muita gente”, disse o filho da vítima, Mário Junqueira, em uma referência à máfia do cloro, descoberta em 2005. Segundo Mário, o contrato anual de Arkybaldo com a Sanecap gira em torno de R$ 1,8 milhão.
“Esse contrato gerou economia de R$ 2 milhões e isso reduziu ganhos de outras pessoas”, insinuou. De acordo com ele, seu pai tinha “muito dinheiro na mão de gente importante em Cuiabá”. Questionado sobre nomes de pessoas que teriam interesse na morte de seu pai, Mário se limitou a dizer que prefere não citar, “para não complicar”.