A audiência pública em Ribeirãozinho (600 km de Cuiabá), para discutir a federalização e asfaltamento da MT-100, que vai beneficiar os mais de 25 municípios da região do Vale do Araguaia e pode se tornar o corredor de escoamento de toda a produção, reuniu aproximadamente 300 lideranças, em um ginásio de esportes. O coordenador do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), Zeno José Andrade Gonçalvez, informou que o projeto de lei o asfaltamento da MT-100 precisa superar algumas barreiras. Uma delas é aprovar, na Câmara dos Deputados, o novo sistema nacional de aviação. "Está pronto para ser aprovado, mas é necessária vontade política", enfatizou Zeno. Ao federalizar a rodovia estadual ela passará a ser chamar BR-259.
O presidente da Assembleia, José Riva (PP) propôs formar uma comitiva e cobrar o governador Blairo Maggi (PR) para pavimentar a rodovia enquanto ela não é federalizada. "A MT- 100 é tão importante quanto a BR-158, guardada as devidas proporções", declarou Riva. Ele criticou a centralização de recursos nas mãos da União. Segundo Riva, Mato Grosso contribui anualmente com quase R$ 1 bilhão aos cofres federais, mas esse valor não é repassado às cidades mato-grossenses pelo Fundo de Repasse aos Municípios (FPM). "O governo federal está em débito com o nosso Estado", apontou.
O secretário de Infra-estrutura Vilceu Marcheti afirmou que há um projeto para pavimentar a via estadual. "Só preciso conferir se o projeto já está nos moldes do DNIT. Se não tiver, já faremos isso para ganhar tempo quando sair a federalização. É um trecho grande e não podemos apenas começar a obra e parar", afirmou.
O projeto consiste na pavimentação da rodovia estadual, no trecho que liga Novo São Joaquim até o entroncamento da BR-364, próximo a Alto Garças e a ferrovia senador Vicente Vuolo, em Alto Taquari, numa extensão de aproximadamente 274 quilômetros. A área de abrangência da rodovia está em pleno desenvolvimento com a construção de 10 PCHs (pequenas centrais hidrelétricas) no Rio Garças e início da exploração de minérios como o manganês e ferro, descobertos em grande quantidade nos municípios de Guiratinga e Tesouro.
Esta é a segunda audiência realizada pela Assembleia Legislativa que discute a federalização.