A Câmara de Cuiabá decidiu votar na próxima terça-feira (4), a partir das 9h, o pedido de cassação do mandato do vereador Ralf Leite (PRTB) por falta de decoro. A decisão foi tomada ontem, um dia depois que o Tribunal de Justiça (TJ/MT) liberou o polêmico julgamento do parlamentar detido com um travesti menor de idade em 6 de fevereiro.
A decisão da Câmara se deu depois que os assessores jurídicos da Mesa Diretora apresentaram diferentes pareceres técnicos que não apontaram nenhum problema em votar o pedido de cassação na terça. A dúvida é que o dia 4 vai marcar o reinício das sessões plenárias após o recesso parlamentar que se estende desde o dia 16 e a Câmara temia mais um questionamento jurídico.
Sob comando do presidente Deucimar Silva (PP), os membros da Mesa Diretora tiveram conhecimento da decisão do TJ,na terça-feira (28) mas esperaram até o início da noite de ontem realizar a reunião com os assessores jurídicos para definir a pauta da primeira sessão de agosto.
A sessão de terça-feira vai iniciar com a votação aberta em plenário para decidir se o julgamento da cassação será feito de forma pública ou não. A dúvida pesa agora sobre o quórum necessário para manter o parecer da Comissão de Ética da Câmara que pede a perda de mandato. A maioria dos assessores de Deucimar entende que pelo menos 14 dos 19 vereadores devem se manifestar a favor para que a cassação seja decretada.
Ao pedir que Ralf seja cassado, o relator da Comissão de Ética, Domingos Sávio (PMDB), sustentou que não condiz com o decoro o fato do parlamentar ter sido preso praticando sexo na rua e tentar intimidar os policiais militares Fábio Gomes de Oliveira e Uanderley Benedito Costa usando indevidamente o cargo de vereador.
A defesa de Ralf aguarda a publicação do acórdão da decisão do TJ que liberou o julgamento para decidir se recorre ou não mais uma vez. O processo foi suspenso duas vezes por determinação judicial.
O vereador diz que o caso não é motivo para cassação, pois a Câmara não puniu parlamentares em escândalos que considera pior, como desvio de recursos públicos.
Com apenas 25 anos e ocupando pela primeira vez uma cadeira na Câmara, Ralf é investigado ainda por compra de votos e pela suposta agressão à ex-namorada, Cristina Biezus Gentil.