Presente no plenário da Câmara Municipal de Cuiabá nesta quinta-feira, o vereador Ralf Leite (PRTB) usou da tribuna para praticamente se despedir da carreira política. Emocionado pediu desculpas a população cuiabana e colocou nas mãos de Deus o seu destino. Envolvido em uma série de escândalos, o vereador, que na madrugada de domingo mostrou todo seu destempero emocional ao esmurrar sua ex-namorada em sua casa, será julgado na próxima terça-feira por ter sido flagrado pela Polícia Militar fazendo sexo oral com um travesti menor de idade, no conhecido antro de prostituição do Quilômetro Zero, em Várzea Grande.
A Comissão de Constituição e Ética da Câmara Municipal pediu a perda de mandado do parlamentar – se for derrotado na votação poderá ser candidato nas eleições do próximo ano -. A votação está marcada para terça-feira. A mesa diretoria só não definiu ainda se o voto de cada vereador será aberto ou fechado e serão necessários para definir a vida do vereador pelo menos dez votos.
Depois de ficar muito tempo de cabeça baixa em sua mesa no plenário, apenas ouvindo os burburinhos de seus pares pela perda de mandado, Ralf Leite, emocionado e quase chorando resolveu usar a tribuna em sua última tentativa de se livrar da cassação. Em discurso, como se estivesse admitindo a perda de mandado, ele começou dizendo que "cada cabeça uma sentença" e que "sente um injustiçado e completou afirmando que "Tudo foi negado no Ministério Público, na Comissão de Ética. Minha família está abalada, mas o plenário é soberano, cada um vota com sua consciência".
Logo depois, Leite apelou para o sentimentalismo ao pedir desculpas a população cuiabana. "Peço desculpa a população cuiabana, sou ainda inexperiente. Lembro que o ser humano é passivo de erro. Acredito muito em Deus e seja como Deus quiser", concluiu.