Mato Grosso pode adotar o horário de Brasília definitivamente. É o que prevê o projeto de lei do Senado apresentado por Arthur Virgilio (PSDB/AM), que pretende unificar o fuso horário de todo o país com base na hora oficial da capital federal. Apesar de o projeto ter sido apresentado no ano passado, o assunto volta à tona porque a proposta vai ser votada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, hoje. Projeto semelhante, mas referente apenas aos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também tramita na Casa desde o ano passado. O fuso dos dois estados é de uma hora a menos que o Distrito Federal. Há quase um ano, em julho de 2008, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou a proposta do senador Valter Pereira (PMDB/MS) no sentido de que fosse realizado um plebiscito para saber se a população dos dois estados era favorável ou contra a mudança de horário para a hora oficial de Brasília. Até hoje a consulta não foi feita. O senador mato-grossense Jaime Campos (DEM), que assinou o projeto de autoria do colega sul-mato-grossense Delcídio Amaral (PT), frisa que o Senado precisa se mobilizar para tentar promover o plebiscito, que tem que ser feito pelo Executivo.
Para Jaime, não há como fazer qualquer coisa sem saber a opinião do principal interessado, a população. A questão é que a realização de um plebiscito, além de não ser fácil, é dispendiosa aos cofres públicos. O democrata lembra que algumas pessoas favoráveis à mudança de horário alegam como pontos positivos a economia de energia e facilidade para as relações comerciais com os grandes centros do país.
No projeto do senador Arthur Virgílio (PLS 486/08) a medida irá eliminar diferenças de fuso horário, em relação a Brasília, verificadas no Amazonas, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Roraima. Para ele, as variações de horário hoje em vigor causam os mais variados transtornos. Há estado em que a diferença chega até a duas horas.
Outro lado – O senador Arthur Virgílio foi procurado por meio de seu telefone celular, mas por três vezes não atendeu a reportagem.