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Cuiabá: polícia fazendária busca documentos na câmara sobre suposto rombo

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A Polícia Fazendária ocupou nesta sexta-feira as dependências da Câmara Municipal de Cuiabá, em busca de documentos que possam subsidiar as investigações contra o vereador Lutero Ponce de Arruda (PMDB), acusado de desviar mais de R$ 3 milhões. Dezenas de caixas foram recolhidas. O presidente da Câmara Municipal, Deucimar Silva (PP), disse que foi pego de surpresa com a chegada dos policiais, que levavam um pedido para entrega de todos os documentos envolvendo a gestão de Lutero. O pedido de investigação contra Lutero foi feito pelo Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE).

Na quinta-feira, o conjunto da Câmara decidiu arquivar o pedido de criação de Comissão Processante para apurar os desvios na gestão de Lutero e, ao mesmo tempo, indicar sua cassação por falta de decoro. Auditoria contratada pela própria Câmara indicou que R$ 3.029.158,51 teriam sido “sangrados” dos cofres do Legislativo. A auditoria detectou esquema envolvendo inclusive empresas de fachada e notas fiscais frias.

Votaram contra a investigação os vereadores Lueci Ramos (PSDB), Antônio Fernandes (PSDB), Paulo Borges (PSDB), Chico 2000 (PR), Francisco Vuolo (PR), Professor Néviton Fagundes (PRTB), Ralf Leite (PRTB) e o próprio Lutero Ponce (PMDB).

A auditoria observou a desvinculação de recursos orçamentários à meta de conquista de resultados, associado à total falta de controle e transparência na utilização dos recursos públicos, favoreceram a má utilização desse montante. Lutero Ponce já vinha sendo acusado de desviar dinheiro por meio de empresas fantasmas e ainda de ter uma dívida de R$ 4 milhões com Imposto de Renda, conforme apontam relatórios do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O trâmite envolvendo as supostas mazelas da administração de Lutero Ponce seguem os mesmos passos da que segue o caso envolvendo a ex-vereadora Chica Nunes (PSDB), atual deputada estadual, que administrou o poder entre 2005 e 2006. Concluído, o inquérito será encaminhado ao Tribunal de Justiça, que abrirá vistas para a Procuradoria Geral de Justiça para transformação em denuncia-crime.

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