O vice-governador Silval Barbosa, do PMDB, está em franca campanha para ser candidato ao Governo do Estado em 2010; Jayme Campos, do DEM, já declarou que “o jogo começou” e pediu para saírem da frente que sua candidatura estava posta pelo partido; o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, se divide entre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o desejo de ser governador do Estado; o PP já apresentou o deputado José Riva, presidente da Assembléia Legislativa, como candidato ao Senado. Para outra vaga, o governador Blairo Maggi, do Partido da República, que ensaia ainda outras possibilidades – inclusive a de voltar para casa.
Julier Sebastião da Silva, juiz federal, e José Pedro Taques, procurador da República, dupla que atuou no desmantelamento do crime organizado no Estado, também povoam imaginações partidárias com a possibilidade de deixarem o Judiciário e se enveredarem pelo caminho da política. Com menos tato que os políticos tradicionais, evidentemente, ambos trazem a esperança de revolução no sistema governamental, baseado na dura aplicação das leis. No caminho para 2010, já tem até vice escalado: o primeiro foi Dilceu Dal´Bosco, atual deputado estadual.
Com as regras do jogo político de 2010 totalmente indefinidas, todos os partidos estão conversando entre si. Exceção feita apenas ao PT e ao PSDB. Ainda. Porque logo, dirigentes das duas siglas – consideradas antagônicas – admitem que pode até haver conversações, dependendo do andamento das discussões em nível nacional. O PT de Lula, mais concentrado no poder, não vê problemas em conversar com os tucanos, a exemplo do que acontece em Minas Gerais. Nesta segunda-feira, após se reunir com dirigentes do Partido Progressista, o presidente do PMDB, deputado Carlos Bezerra, disse que pretende também se reunir com os petistas do Estado para tratar da sucessão.
No encontro de hoje, Bezerra e progressistas concluíram pela necessidade de “continuidade da aliança que integra a base aliada do atual Governo”. Tratou o tema como sendo “fundamental para a construção de uma proposta de desenvolvimento social e econômico de Mato Grosso” como base principal na “consolidação de um projeto municipalista de Governo”. Na expectativa do amadurecimento dos debates, Bezerra de um lado e Chico Daltro, presidente do PP de outro, anteciparam a realização de novas reuniões com os outros partidos, sem citar especificamente a base.
A tese do “chapão”, no entanto, agrada a todos. Ela começou a ser evidenciada ainda no ano passado pelo próprio governador Blairo Maggi. Se colocando numa posição de político estadista, ele revelou a segmentos políticos que desejaria reunir todas as forças políticas do Estado – especialmente os oposicionistas – para tentar construir um projeto de desenvolvimento para o Estado. Em verdade, com a possibilidade de até acabar como candidato a vice numa eventual chapa encabeçada pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousself, o governador Maggi queria saber onde seria melhor que fosse aproveitado. Nisso, colocaria como opção até mesmo a possibilidade de retornar às suas atividades empresariais, com a consolidação da tarnsferência do grupo para Cuiabá.
O fator político, no entanto, reserva um aspecto que torna a operacionalização do “chapão” mais difultoso. Trata-se da confiabilidade. Especialmente porque a construção de um composto político para 2010, reduzindo o atrito do acirramento da disputa pelo poder, passa pelo fechamento de acordos. E nessa arte não existe papel assinado: vale a palavra, o “fio do bigode”. O histórico tem mostrado que tais acordos se mostram frágeis e muitos sequer são cumpridos. De qualquer forma, na falta das regras e com hipóteses a serem edificadas, os líderes partidários seguem em busca da consolidação dos projetos internos.