O Tribunal de Justiça de Mato Grosso recebeu denúncia do Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) contra a juíza Wandinelma Santos, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Tangará da Serra, pela prática de crime contra a honra (injuria, calúnia e difamação) praticado contra o promotor de Justiça, Vinicius Gahyva Martins, acusando-o de ter interceptado seus telefones sem autorização judicial. A juíza já responde a outros dois processos na Justiça que se confirmados com mais esta denúncia, podem levá-la condenação e a perda da judicatura e automaticamente excluída da Justiça. A denúncia foi acatada por 27 dos 30 desembargadores.
As denúncias foram analisadas pelo relator, desembargador Paulo da Cunha, vice-presidente, e remetidos ao Ministério Público para manifestação e acabaram acolhidos pelos demais desembargadores por unanimidade. A magistrada em maio de 2007 imputou falsamente ao promotor de Justiça a prática de crime de interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial, mandando publicar o fato no site da Associação dos Magistrados Mato-grossenses (Amam).
Wandinelma Santos fez publicar em “O Jornal”, que circula no município, e deu entrevistas para a TV Centro América (retransmissora da Rede Globo de Televisão) e para a Rádio Tangará notícias em que apontava o promotor de promover escutas telefônicas clandestinas em seu aparelho celular.
O promotor Vicente Gahyva, por iniciativa própria, chegou a solicitar e foi aberto na Corregedoria do Ministério Público, sindicância que acabou sendo arquivada sob argumento da falta de provas inclusive de que o referido telefone tivesse sido grampeado. O que deixou os desembargadores mais impressionados foram trechos da entrevista da juíza que agora é ré em processo criminal onde afirma que “penso que o promotor Vinicius tem incomodado muito mais pessoas na cidade além dessa magistrada. Ele tem incomodado pessoas de bem. A gente não tem visto esse empenho no combate a criminalidade”.
Outro lado – Procurada por telefone no Fórum de Tangará da Serra e em sua residência, a magistrada Wandinelma Santos não atendeu a reportagem.