A Assembleia Legislativa começou a se mobilizar em torno da realização uma audiência pública para discussão acerca dos reflexos da crise econômica mundial em Mato Grosso.
Entre parlamentares, o consenso é que essa crise não tem nada a ver com o Brasil ou com a economia nacional. Eles acreditam que os seus reflexos não deixarão de atingir nosso sistema econômico – não só porque convivemos num sistema globalizado e interligado comercialmente, mas também pela ação perversa dos grandes especuladores que constituem o pior e mais devastador dos males do sistema financeiro internacional.
Para o articulador da mobilização, deputado José Domingos Fraga Filho (DEM), o que está trazendo prejuízos para os produtores mato-grossenses – por exemplo – não é a crise global, mas o alto preço dos insumos do passado. “Recentemente os produtores conseguiram ganho real de cerca de 40% com suas vendas, mas tiveram suas margens de lucro encolhidas em virtude do custo da produção. A crise já está causando prejuízos no setor de produtos animal”, observou o democrata.
A preocupação do deputado Nilson Santos (PMDB) com a situação da economia parece maior. “Em Mato Grosso, além do agronegócio, a pecuária dá muita sustentação à nossa região, Colíder, onde o produtor tem gado, mas não consegue vender por causa do baixo preço. Além disso, ele está encontrando dificuldades na compra de animais porque esbarra na desconfiança do mercado quando tentam obter prazos para pagamento”, lamentou Santos.
Ele alertou para o fechamento do Frigorífico 4 Marcos, adquirido pelo Frigorífico Independência que – por sua vez – comprou o Nova Carne, mas também não resistiu. Essa alternância e a derrocada teriam provocado a redução de cerca de mil empregos diretos na região.
O deputado Wagner Ramos (PR) está confiante que, em números totais, Mato Grosso não venha sofrer fortes impactos em sua economia. Ele disse que, ao afirmar que o Brasil sofre menos com a crise é necessário comparar o comparável. “Certamente, o nosso país foi menos afetado que os Estados Unidos, onde se originou a crise, e também que países da União Européia. Há países da Ásia que foram menos afetados que o Brasil e outros da América Central e do Sul que sofrem mais com a crise”, explicou.
Por sua vez, o presidente da AL, deputado José Riva (PP), vem se mostrando preocupado com a situação econômica do Estado. Por conta dessa preocupação, ele sugeriu que a Assembléia tome a iniciativa de trazer especialistas em gestão econômica para discutir – em seminário – o setor produtivo de Mato Grosso, a questão orçamentária dos municípios e a situação do Estado diante da possibilidade de crise financeira.
O deputado Ademir Brunetto (PT) foi mais além. Ele frisou a necessidade de se atentar mais para os efeitos que a crise pode causar no cenário estadual. “É necessário que seja feito esse tipo de evento nem que seja a título de orientação para a população. Temos que fazer uma discussão firme e avaliar as reais possibilidades do Estado”.
Já o deputado Adalto de Freitas – Daltinho (PMDB) propôs os estreitamentos da confiança e o político, como forma de diminuir a distancia entre as partes para que a crise não assole o Estado conforme prevêem economistas do mundo inteiro.