O processo de modernização da Unemat foi o tema da audiência entre o governador Blairo Maggi e os representantes dos professores, técnicos e estudantes hoje. O gestor recebeu o relatório das políticas aprovadas no 2° Congresso Universitário da Unemat, assim como o pedido dos representantes para apoiar suas implementações com maior agilidade. Uma reunião entre o Governo, reitoria e Procuradoria Geral do Estado, a ser realizada ainda este mês, foi definida como ferramenta para avaliar questões jurídicas das mudanças na gestão e oferecer maior celeridade ao processo.
A realização do Congresso Universitário em dezembro do ano passado como instância definidora das políticas da Unemat está prevista na Lei Complementar nº. 319, de 30 de junho de 2008. Foi estipulada na ocasião a criação de uma faculdade indígena no campus de Barra do Bugres, o fim da reeleição para reitor e demais cargos eletivos, e ainda a extinção da Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe ), assim como a descentralização administrativa, financeira, didático-científica e patrimonial das faculdades e dos campi.
Outra medida aprovada durante o Congresso Universitário é a paridade em todos os conselhos dentro da instituição. Ou seja, em todas os colegiados representativos a composição seria de um terço para professores, outro para técnicos e o terceiro para os estudantes, todos com o mesmo poder de voto.
A secretária Extraordinária de Apoio as Políticas Educacionais, Flavia Nogueira, explicou que o Congresso aborda um conjunto grande de temas, e que eles irão acontecer gradativamente, uma vez que algumas resoluções esbarram em impedimentos jurídicos. Ela detalhou que o governador solicitou a reunião com a Procuradoria para solucionar estes problemas e colocar em prática as decisões do Congresso, buscando com isso acelerar sua implementação total.
Para o presidente do Sindicato dos técnicos Unemat, Miguel Rodrigues, “o Governo está fazendo a parte dele, que é aumentar o orçamento da Unemat e nos dar autonomia. Cabe a nós agora é tornar a universidade leve, com uma gestão eficaz para desenvolver com qualidade o ensino, a pesquisa e a extensão”. Ele opinou que o gargalo hoje na instituição é o número de pesquisas desenvolvidas, uma vez que o ensino vem gradativamente ganhando qualidade, estando em patamares das universidades federais do país. “Estas mudanças definidas no Congresso certamente irão propiciar mais extensão, o desenvolvimento de um maior número de cursos de mestrados, já que os docentes estarão mais próximos aos seus campus”.
A criação de uma Pró-reitoria de Assistência Estudantil foi destacada como uma das principais propostas aprovada durante o Congresso pela representante dos discentes, Vanessa Ribeiro. O novo setor estaria responsável, por exemplo, de buscar parceiros para implementação de restaurantes universitários e de analisar se as bolsas de apoio aos estudantes estão atendendo as necessidades de cada curso.“O apoio ao estudante é fundamental para todos. A evasão dentro da universidade é grande, e na maioria das vezes acontece porque o aluno não consegue se manter, por questões financeiras, principalmente nos cursos de duração integral”, posicionou Vanessa.
Seria esta evasão que acaba gerando custos ao Estado, uma vez que a estrutura foi montada para a formação de um número maior de alunos e não o faz. “Sabemos do orçamento da Unemat. Sabemos que as mudanças não virão agora. Mas precisamos atravessar este processo”.
O secretário de Ciência e Tecnologia, Chico Daltro, e o deputado estadual Alexandra César também participaram da audiência.