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Crise em Cuiabá: prefeito suspende pagamento para quitar folha

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O prefeito Chico Galindo (PTB) deixará de pagar todos os fornecedores do Município de Cuiabá a partir do próximo dia 20. Segundo ele, a decisão se deve à falta de recursos por causa da decisão judicial que levou ao sequestro de R$ 7 milhões dos cofres públicos para pagamento do precatório decorrente da desapropriação do bairro Coophamil. Com isso, o prefeito espera garantir pelo menos o pagamento do salário de dezembro e 13º do funcionalismo.

Galindo diz que não vai pagar fornecedores de todas as secretarias e, por isso, prevê muita reclamação. "Mas não tem como não ser assim. Tínhamos que optar entre pagar servidores ou os fornecedores", afirmou Galindo, em entrevista ao jornal A Gazeta.

Apesar de o prefeito priorizar o pagamento de salários, ele diz que só na próxima semana terá informações sobre a atual situação financeira do município. Será nesse momento que ele deverá garantir ou não o pagamento de 13º e a folha de dezembro, a ser paga até o dia 10 de janeiro. O petebista poderá também comunicar os fornecedores na semana que vem sobre a suspensão, que deve se estender até janeiro.

O sequestro de R$ 7 milhões das contas da Prefeitura ocorreu em novembro e somou a outros R$ 3 milhões que já haviam sido depositados pelo município em uma conta determinada pela Justiça para pagamento do precatório. Com isso, Cuiabá já desembolsou R$ 20 milhões pela desapropriação do bairro Coophamil (R$ 10 milhões foram sequestrados judicialmente na gestão do ex-prefeito Wilson Santos, além dos R$ 10 milhões pagos no mês passado).

O impasse agora se deve ao montante da dívida. Segundo a família de Clorinda Vieira de Matos, reconhecida pela Justiça como proprietária da região que hoje abriga o bairro Coophamil, o valor seria de R$ 55 milhões devido a juros e correção monetária. Galindo discorda e diz que vai insistir para rever o restante pendente (R$ 35 milhões). O município já vem depositando por mês R$ 600 mil em uma conta indicada pelo TJ/MT.

A dívida pela desapropriação do Coophamil é o precatório de número 01 na ordem de pagamento a ser feito pelo município. Antes de se falar em suspensão de pagamento aos credores, Galindo chegou a admitir a possibilidade de atrasar salário dos 13 mil servidores, mas ele recusa a ideia. A folha de pagamento do funcionalismo público de Cuiabá é de R$ 23 milhões por mês. De acordo com o secretário municipal de Finanças, Guilherme Müller, o município paga mensalmente aos fornecedores de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões. A Prefeitura não soube informar ontem quantos credores atendem atualmente o Executivo, já que cada contrato é administrado diretamente pelas 15 secretarias e 6 órgãos públicos.

 

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