A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que reverteu a cassação do mandato do deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) adotada em 2006 pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso e suspensa por liminar do próprio TSE agora julgada no mérito e em definitivo, está deixando partidos, deputados e suplentes preocupados, já que com pouco mais de 20 mil votos, a recontagem pode promover mudanças na futura composição da Assembleia Legislativa para 2011, quando Fabris disputava seu quinto mandato.
A situação ficou tão intranquila que o Partido da República, do deputado Jota Barreto, que supostamente corre o risco de perder a vaga no novo cálculo do quociente eleitoral para um candidato da oposição, Pedro Satélite (PPS), foi em busca de respostas para saber se teria ou não diminuída sua representatividade. O PR se coligou com o PMDB e o PT e elegeram 10 deputados pela média eleitoral e dois pela sobra, Teté Bezerra (PMDB) e Jota Barreto (PR).
Com o somatório dos votos de Fabris, o DEM que se coligou com o PSDB e elegeu três deputados permaneceria com os mesmo número, só que Dilmar Dal Bosco o último votado seria eleito pela média e não mais pela sobra com o somatório dos votos de Fabris que seria a 1º suplente.
Como se trata de um novo cálculo do quociente eleitoral, já que o TSE impediu os TREs de colocarem aqueles que concorreram indeferidos mas com recurso na totalização dos votos, ao novamente somar os valores com uma nova totalização, muda-se o cálculo e também a composição do Parlamento Estadual.
Para se ter uma idéia, nos cálculos do PR, cerca de 651 votos dados a candidata Jardirene Rodrigues da Silva (PT) e que foram validados pelo TSE já que ela concorreu com registro indeferido mas com recurso já seriam suficientes para evitar a perda do mandato de Jota Barreto eleito pela última sobra com 22 mil 825 votos contra os 12 mil 639 votos dados a Pedro Satélite do PPS.
Como o TRE/MT só vai promover um novo cálculo do quociente partidário e com a definição dos eleitos após o julgamento de todos os 25 recursos que se encontram no TSE e somam quase 40 mil votos, até lá haverá uma indefinição dos resultados e das possibilidades de muitos considerados eleitos na divulgação do resultado no dia 03 de outubro perderem a condição de eleitos e passarem a condição de suplentes, assim como suplentes deixarem essa condição e se tornarem eleitos.
Federais – A mesma situação vive os deputados federais que aguardam julgamentos do TSE para validar ou não os quase 100 mil votos, que certamente promoverão assim como na Assembleia Legislativa uma guerra surda por mandatos eletivos que podem se arrastar por anos perante as barras da Justiça. Só o deputado Pedro Henry (PP) obteve mais de 81 mil votos o que o coloca na condição de eleição, depende de ter seu registro de candidatura validado ou não.