O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pediu ajuda da Polícia Federal para que seja cumprida integralmente a decisão que proibiu saques bancários individuais e cumulativos superiores a R$ 5 mil. A proibição vale desde ontem para todo o Estado e se estenderá até o domingo (3), dia da eleição.
De acordo com o TRE, a proibição atinge até correntistas comuns, mas a Polícia Federal foi acionada para que possam ser feitos eventualmente saques de pessoas que não têm relação com a campanha. Para isso, agentes já possuem em mãos a relação de envolvidos com o processo eleitoral e que serão informados às agências onde eventualmente alguém queira sacar dinheiro além do valor permitido. A PF informou que vai atender chamados.
O TRE explica que, depois de uma pesquisa do serviço de inteligência da PF, poderá até ser permitido o saque excepcional, mas o mesmo vai ser registrado, assim como eventuais tentativas de partidos e candidatos em desrespeitar a determinação. O presidente do TRE, desembargador Rui Ramos, afirma que a proibição de saques pretende evitar a compra de votos. Ele também proibiu o pagamento de cabos eleitorais nesse final de semana para evitar abuso de poder econômico.
Por causa da greve dos bancários, a decisão do TRE teve pouco impacto ontem, primeiro dia da proibição de saques acima de R$ 5 mil. Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários e do Ramo Financeiro (SEEB-MT), Arilson Silva, praticamente todas as 98 agências de Cuiabá e Várzea Grande aderiram ao movimento grevista deflagrado anteontem, assim como 16 das 200 agências do Estado, o que reduziu o movimento nas agências.
O pequeno impacto da decisão do TRE se deve também ao fato de que as coordenações de campanhas, partidos, candidatos e coligações, principais atingidos com a determinação do Tribunal, concentram-se basicamente na Capital, onde o movimento grevista é mais forte. A greve levou as agências a manter apenas serviços essenciais, ou seja, garantir funcionamento dos terminais de autoatendimento e serviços internos e administrativos.
A decisão de proibir saques bancários foi determinada pela primeira vez em Mato Grosso em 2008.