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Cuiabá: DVD com suposta compra de votos não vale diz promotor

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O DVD que o presidente da Câmara de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), encaminhou ao Ministério Público Estadual (MPE) não contém elementos suficientes para provar a suposta compra de votos na eleição da nova Mesa Diretora. Por isso, o promotor de Justiça Gilberto Gomes pedirá ao parlamentar novas informações para investigar o caso.

O promotor afirmou ontem, após assistir o DVD, que há claros sinais de edição e a gravação não possui áudio, o que o impede decidir de imediato se vai propor ou não ação civil pública contra parlamentares por improbidade administrativa. As imagens mostram o vereador Leve Levi (PP) em uma sala conversando com um pessoa, mas o tipo de assunto também não pode ser identificado.

O DVD possui poucos minutos e mostram Levi entrando em uma sala, sentando e conversando com um interlocutor que tem a imagem borrada por um efeito de edição. Um corte mostra logo após o parlamentar o detalhe de uma mão pegando sobre uma mesa um pequeno maço de dinheiro, mas nem isso pode ser atribuído a Levi por causa do ângulo da gravação.

“A partir dessas imagens, não tenho como tirar qualquer conclusão. Só com base nisso não podemos dizer que se trata de pagamento de propina”, afirmou Gilberto Gomes em entrevista ao jornal A Gazeta. Ele foi o responsável, juntamente com o promotor Célio Fúrio, em requisitar o DVD depois que Deucimar afirmou publicamente ter recebido a gravação de uma pessoa que se identifica como Maria Ivone Drummond. A afirmação foi feita pelo atual presidente da Câmara no dia 25, durante sessão extraordinária na qual deveria ser realizada a eleição da Mesa Diretora.

Isolado politicamente, Deucimar apoiava Adevair Cabral (PDT) na eleição da Mesa Diretora, mas o parlamentar recuou e Júlio Pinheiro (PTB) foi eleito pela oposição no dia 1º com 13 dos 19 votos da Câmara. Depois da derrota, o atual presidente acusou Levi de ter recebido dinheiro para apoiar o candidato eleito.

O DVD com as imagens de Levi vai ser encaminhado para perícia no MPE. Ao mesmo tempo, o promotor Gilberto Gomes vai requisitar mais gravações que Deucimar diz ter e que, segundo ele, mostrariam compra de votos de pelo menos 6 vereadores. Só a perícia deve levar cerca de 20 dias. A decisão de propor ou não ação civil contra vereadores pode ser tomada depois da eleição de 3 de outubro. Júlio Pinheiro toma posse em janeiro e vai administrar orçamento de R$ 23 milhões em 2011.

Outro lado
O vereador Leve Levi afirma que a gravação entregue por Deucimar Silva ao Ministério Público se trata de uma montagem. Garante ainda não ter vendido voto na eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. Por isso, diz que vai avaliar se aciona judicialmente Deucimar Silva por crimes injúria, calúnia e difamação.

“Não existe nada disso. Se existe alguma imagem se trata de montagem e pode ser gravação de algo de campanha que está sendo usado politicamente”, afirmou Levi. Ele alega ainda que, desde a eleição da Mesa Diretora, piorou ainda mais a relação com Deucimar, com quem disputa pelo PP vaga de deputado estadual e já possui desavenças pessoais.

Levi promete avaliar se aciona ou não Deucimar judicialmente depois de ser chamado pelo MP para se manifestar, o que não há prazo para ocorrer. O promotor Gilberto Gomes diz que vai fazer isso apenas se encontrar mais elementos em novas gravações.

Na mesma sessão que Deucimar afirmou ter as gravações contra vereadores, Adevair Cabral sugeriu que Juca do Guaraná (PP) também teria recebido para votar em Júlio Pinheiro, mas o parlamentar nega. O presidente eleito alega que as denúncias são uma forma de Deucimar deixar a presidência com uma saída honrosa. Garante ainda se tratar de um blefe a gravação. “Por que ele mesmo não mostra tudo o que diz ter?”, indaga.

 

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