Candidatos ao governo Silval Barbosa (PMDB), Mauro Mendes (PSB) e Wilson Santos (PSDB) trocaram acusações e cada um pediu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a cassação do registro da candidatura do outro. Os pedidos esquentam a reta final da campanha e podem resultar até na inelegibilidade deles. As alegações são de abuso de poder político e econômico e prática de condutas vedadas a agentes públicos.
A troca de acusações e pedidos de cassação se deram com representações encaminhadas ao TRE e assinadas pelas coligações dos candidatos ao governo. Nelas, Silval aciona a chapa Wilson Santos/Dilceu Dal Bosco (DEM) e Mauro Mendes/Otaviano Pivetta (PDT), enquanto Mauro entrou com pelo menos 4 pedidos e Wilson com dois contra a chapa Silval/Chico Daltro (PP).
Nas representações são pedidas primeiramente as instaurações de ações de investigação judicial eleitoral, o que já foi aprovado pelo TRE. A cassação de registro e a inelegibilidade, no entanto, só vão ser decididas ao final do processo, mas isso já reflete a verdadeira batalha jurídica que os principais candidatos ao governo travam nos bastidores. Marcos Magno (PSOL) foi o único a não acionar nenhum adversário e nem foi acionado.
Já existem no TRE pelo menos 9 ações de investigação judicial eleitoral contra os candidatos. Os pedidos foram feitos em nome das coligações Mato Grosso em Primeiro Lugar, de Silval, Mato Grosso Melhor pra Você, de Mauro Mendes, e a Coligação Jonas Pinheiro, do ex-prefeito Wilson Santos.
Silval acusa Wilson e Dilceu de terem sido beneficiados pelo uso irregular do slogan "Obra concluída, promessa cumprida", do prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB), um dos principais apoiadores da coligação Jonas Pinheiro. Ele também disse ter sido vítima de difamação por parte de Pivetta durante entrevista do candidato a vice em uma das rádios dele em Lucas do Rio Verde.
Mauro alegou que Silval e Chico Daltro teriam sido beneficiados com o documentário "2003/2010", realizado pelo ex-governador Blairo Maggi (PR) quando ele renunciou ao cargo em abril para disputar uma vaga de senador. Em outra representação, diz que o governo teria convocado e pago diárias para servidores da Empaer participarem em Cuiabá de um ato pró-Silval. Teria ainda custeado aluguel de um ônibus para a torcida do Corinthians em Cuiabá e prometido casas populares a mototaxistas.
O grupo de Wilson acusa Silval em dois processos. Diz que ele foi beneficiado com gasto excessivo do governo em propaganda institucional e campanhas do Detran e da Secretaria de Ciência e Tecnologia.