O número de pessoas em Mato Grosso com telefones grampeados pela polícia para investigações de crimes, de diversas natureza, também aumentou. A quantidade específica de investigados, no Estado, que estão grampeados, não foi informada. Mas o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aponta que, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro o volume de escutas telefônicas autorizadas pela justiça é 45% maior, apenas no mês de junho, comparado ao mesmo período do ano passado. Nestes Estados são 16 mil grampeados e, ano passado, no mesmo mês, havia 11.350.
O corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, aponta que o percentual pode refletir o aumento no número de inquéritos e processos penais que necessitam de escuta telefônica. O Sistema Nacional de Controle das Interceptações Telefônicas foi criado pelo CNJ em 2008. Na época, o objetivo do sistema era esclarecer dados levantados pela comissão parlamentar de inquérito (CPI) dos Grampos.
Ano passado, em Mato Grosso, houve grande operação da Polícia Federal para investigar corrupção envolvendo empreiteiras “disputando” licitação para obras do PAC. Vários empresários tiveram conversas de negociações, e negociatas, gravadas. Porém, os grampos acabaram não sendo considerados legais, embora o Ministério Público recorreu e espera julgamento para que as provas obtidas por meio das escutas sejam consideradas legais.