Os vereadores de Primavera do Leste decidiram, após 7 horas de discussões, em sessão extraordinária, absolver o prefeito Getúlio Viana (PR) da acusação de viajar para o exterior sem autorização da câmara e desrespeitar a lei. O relatório da Comissão Processante, que pedia a cassação do prefeito, teve 5 votos favoráveis e 4 contrários. Mas Getulio “escapou” por um voto. O regimento prevê, para casos como este, que é necessário dois terços (no caso 6 votos) para efetivar a cassação. Com isto, Getulio continua no cargo.
A sessão começou com a leitura dos 5 volumes e 486 páginas do processo que discorreu desde a denúncia apresentada e recebida pelos vereadores dia 19 de Abril O presidente da comissão Messias di Caprio (PP) destacou as “manobras” e recusa do prefeito para não ser intimado a depor. O presidente da câmara, Paulo Castanõn, apontou que o julgamento, embora siga os ritos de tribunal, é uma decisão política administrativa. O advogado Rogério Curado fez a defesa do prefeito e, a exemplo dos vereadores aliados de Getúlio, também alegou pela imaterialidade das provas e por sua inocência.
Em seguida começou a votação. Votaram pela cassação do prefeito: Messias di Caprio (PP), Paulinho Castanõn (PMDB), Luizinho Magalhães (PP), Wellington Barracão (DEM) e Anderson Pasinato (PR). Para absolver o prefeito votaram: Felipe Nogueira (PR), Flábio Pawlina do Amaral – Gavião (PR), Iliseu Koziel (PDT) e Volnei Lorenzzon (DEM)
O presidente da câmara afirmou que sabia com antecedência de 24 hs o resultado da votação em plenário. “O prefeito não respeitou o parlamento e nem aqui veio para dizer que era inocente da acusação que pesava contra ele, mas alguns vereadores tomaram para si a defesa que o próprio prefeito desprezou e o inocentaram. É um posicionamento estranho e difícil de ser explicado, mas respeitamos, embora não possamos concordar com ele”, disse Paulinho Castanõn.
O vereador Volnei Lorenzzon reafirmou a imaterialidade das provas, do respeito a vontade dos eleitores que elegeram Getúlio Viana, da “seriedade de uma cassação e o pedido da população de paz política entre Legislativo e Executivo. Primavera do Leste precisa voltar a crescer e se desenvolver e não será com uma guerra entre os poderes que vamos conseguir isso, mas com entendimento e diálogo”, afirmou ele.