A Câmara de Vereadores de Rondonópolis voltou ontem a votar projetos depois de ter trancado a pauta de votação no dia dois de junho. O trancamento da pauta ocorreu para pressionar o prefeito a negociar com os servidores públicos que estavam em greve por melhores salários. Em sessão extraordinária, os vereadores votaram sete projetos, todos do Executivo municipal, porém os debates não ficaram em cima dos projetos e sim sobre a obstrução das votações. O vereador Ananias Filho (PR), por exemplo, ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores para dizer que, na visão dele, os vereadores agiram de forma equivocada em trancar a pauta. "Temos todos que apoiar os servidores sim, mas não podemos ser pautados por uma única categoria como fomos desta vez, não podemos ficar refém de uma única categoria".
O peemedebista Manoel da Silva Neto, o Doutor Manoel, também fez um discurso semelhante. "Posso dizer que não foi uma boa experiência e abrimos um precedente perigoso". Lourisvaldo Manoel de Oliveira foi outro que criticou a ação da Câmara. "Foi um atropelo a tudo, até mesmo ao regimento interno que não prevê trancamento de pauta". O parlamentar Adonias Fernandes (PMDB) demonstrou arrependimento em trancar a pauta pois, na sua avaliação, não houve resultado prático. "Me senti impotente, pois o Ministério Público, no fim, foi quem conseguiu contornar o problema".
O vereador Mohamed Zaher (PR), porém, não concordou com os colegas. Ele afirmou que não houve erro em trancar a pauta. "Não me arrependo de ser parceiro do servidor, não trouxemos prejuízos à cidade, qual projeto parou a cidade que nós não votamos?", questionou o republicano.
Reginaldo dos Santos (PPS) também entendeu como mecanismo válido o trancamento da pauta. "Estivemos do lado do servidor, quem errou foi o prefeito que não ouviu o servidor, se ele tivesse ouvido tudo isso seria evitado", pontuou o pepesista.