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Ex-delegado confirma que foi procurado para espionar José Serra

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O delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Souza confirmou hoje aos deputados e senadores da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência que foi procurado por um grupo da campanha da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, para prestar serviços de espionagem contra o candidato do PSDB, José Serra.

A comissão convidou o delegado para esclarecer matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual Onézimo de Sousa teria se reunido com o então assessor da campanha de Dilma, Luiz Lanzetta, para tratar de supostas investigações sobre Serra. De acordo com informações publicadas pela imprensa, Lanzetta deixou a campanha de Dilma após a denúncia.

Segundo Onézimo, a oferta foi recusada por ele, que negou ter informações privilegiadas dos serviços de inteligência para produzir um dossiê contra o tucano José Serra. "Eu fui convidado pelo PT, não prestei serviços ao PT, mas acabei ajudando o PT. Se não afastassem esse pessoal e não dessem um basta nesse tipo de coisa, as consequências seriam piores no futuro", afirmou. O convite, segundo afirmou o delegado aposentado, teria partido dos jornalistas Luiz Lanzetta e Amaury Ribeiro e do empresário Benedito de Oliveira Neto, todos ligados ao comitê de campanha da petista Dilma.

O delegado tornou-se dono de uma empresa de segurança privada depois de se aposentar da Polícia Federal e disse que o disfarce proposto para a sua atuação seria a prestação de serviços de proteção à casa utilizada como comitê eleitoral do PT, no valor de 10 parcelas de R$ 160 mil.

"Eram dois serviços: um era proteger a casa, esse sim, por isso procuraram alguém com experiência, e o outro era saber quem eram esses caras do Itagiba", acrescentou Onézimo, referindo-se a uma investigação da atuação do deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ). De acordo com o delegado aposentado, ao ser informado da segunda proposta (espionar Serra), ele desistiu do negócio.

O depoimento do delegado foi solicitado pelo deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), para investigar o uso indevido da máquina pública na produção de dossiês sobre adversários políticos. Segundo ele, isso se deveu ao fato de algumas pessoas manterem relações com os órgãos de inteligência do governo, mesmo aposentados. "Portanto, ninguém procura essas pessoas ingenuamente", disse Fruet.

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