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Servidores da Sema querem impedir pressão política para liberar planos

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Os engenheiros florestais da Sema (Secretaria de Meio Ambiente) decidiram hoje que vão repassar para análise da Polícia Federal os 68 laudos que serviram de base no processo para o juiz Julier da Silva determinar prisões de acusados de envolvimento em crimes ambientais na Operação Jurupari. Os profissionais propuseram também a paralisação temporária dos trabalhos na Coordenadoria de Manejo da Sema, que todos os cargos da área técnica sejam ocupados na secretaria por profissionais capacitados e não mediante indicações políticas. Também foi proposta a adoção de medidas para impedir que os engenheiros sofram pressão política e que esses profissionais tenham uma relação mais estreita com o Ministério Público e o judiciário. Conforme Só Notícias já informou, grampos telefônico feitos pela Polícia Federal apontam que deputados e assessores telefonam para servidores da Sema cobrando explicaçõe sobre andamento de projetos e soluções para os que contém falhas. Alguns dos acusados se defendem apontando que a secretaria é morosa e que a demora na liberação dos planos tem travado atividades de madeireiras e outras empresas.

Além de servidores da Sema, ex-secretários também foram presos na operação acusados de suposto envolvimento com fraude sem planos de manejo (para retirada de madeira) e irregularidades na concessão de licenças ambientais. Cerca de 32 engenheiros – boa parte na região Norte- também foram presos.

"Nossa obrigação é trabalhar para que os verdadeiros culpados sejam punidos. Alguém que se utiliza de expedientes para ganhar dinheiro de forma ilícita tem que ser punido mesmo", afirmou o secretário de Meio Ambiente, Alexander Maia, que esteve reunido com integrantes do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (CREA), sindicatos e os profissionais da área de engenharia.

A reunião serviu também para esclarecer e orientar os profissionais, técnicos e engenheiros florestais, a maioria funcionários da Sema.Eles querem garantias que não serão responsabilizados por determinadas ações, como laudos feitos em propriedades rurais.

O secretário disse que Mato Grosso tem reduzido o número de derrubadas ilegais de florestas. "Contra fatos não há argumentos", disse o secretário, ao falar sobre avanços obtidos pelo Estado na gestão florestal, como a redução na área desmatada em mais de 98%. Em 2005 Mato Grosso tinha cerca de 12 mil quilômetros quadrados de área desmatada. Em 2009 esse número reduziu para pouco mais de mil quilômetros quadrados.

"Na coletividade existem as pessoas do bem e do mal. O que devemos fazer agora é alertar a população quanto aos avanços da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Tivemos erros sim, mas estamos tentando melhorar. No que estamos falhando estamos dispostos a melhorar", concluiu.

O presidente do Conselho classificou como exageradas algumas ações adotadas durante a Operação e disse que uma carta de repúdio já foi divulgada a comunidade. "Encaminhamos um pedido ao juiz Julier Sebastião, para que ele conceda cópia dos autos, até mesmo para verificarmos onde estão e, se existem ilegalidades. Até mesmo no sentido de ajudar", informou Tarcísio Bassan.

 

 

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