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Jayme cobra no Senado demissões de Marchetti e De Vitto

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O senador Jayme Campos (DEM) fez, esta tarde, um duro pronunciamento no Senado onde pediu explicações ao governo mato-grossense e ao BNDES quanto à denúncia de superfaturamento na aquisição de máquinas por parte da administração estadual, que passariam de R$ 26 milhões, de acordo com investigações do Ministério Público. O parlamentar ainda cobrou a imediata demissão dos secretários Vilceu Marcheti, de Infraestrutura, e Geraldo de Vitto, de Administração, responsáveis diretos pela licitação de compra dos equipamentos.

O senador Jayme Campos requereu verbalmente a participação do Ministério Público Federal na investigação da denúncia de que o governo mato-grossense comprou maquinários superfaturados com dinheiro proveniente de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo o parlamentar, os caminhões foram comprados a um preço médio de R$ 243 mil, mas nas concessionárias de Cuiabá veículos idênticos e da mesma marca podem ser encontrados por valores que variam de R$ 188 mil a R$ 192 mil. Ao todo o governo gastou R$ 241 mlhões que fram financiados.

O Ministério Público estadual detectou crime de fraude à licitação e peculato, informou Jayme Campos. O senador afirmou também que as empresas, ao justificarem o sobrepreço, alegaram que os valores foram majorados para fazerem frente a propinas cobradas por agentes públicos.

“Olha a que ponto chegamos: a empresa dizendo que tinha que superfaturar para poder pagar a propina – afirmou o parlamentar, acrescentando que uma multinacional se negou a participar da licitação por recusar a se envolver em esquema fraudulento”, declarou.

Para Jayme Campos, trata-se de “um escândalo de proporções colossais”. O representante de Mato Grosso cobrou do BNDES uma explicação, uma vez que casos semelhantes com recursos do banco se repetem em todo o Brasil, como o que foi comunicado minutos antes pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

O senador criticou ainda nota do chefe da Casa Civil do governo de Mato Grosso, Eder Morais, segundo a qual as empresas vencedoras da licitação já foram notificadas e estão ressarcindo o erário, já tendo sido recuperados cerca de R$ 6 milhões. Para ele, a declaração soou como uma confissão de culpa.

O parlamentar disse ainda que é uma coisa inédita a devolução de dinheiro obtido por superfaturamento e cobrou do atual governador, Silval Barbosa, caso seja verdade, um plano de aplicação do dinheiro devolvido.

Jayme Campos disse ainda que a denúncia coloca em xeque a credibilidade do ex-governador Blairo Maggi, responsável pela concorrência que resultou nas compras superfaturadas. “Se o caso não for esclarecido, restará a ele (Blairo) apenas a vergonha de ter comandado uma grande fraude”, criticou.
Para o senador, a corrupção é uma “inimiga oculta” da democracia:

– A sociedade mato-grossense e o país precisam de respostas. Queremos ver uma ação enérgica e exemplar do governo, divulgando com clareza os fatos e responsabilizando os culpados. Porque a corrupção é uma praga que se mata com transparência e punição.

 

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