O secretário do diretório estadual do PMDB, Rafael Bastos, e o tesoureiro Carlos Miranda, pediram, hoje, afastamento de seus cargos por tempo indeterminado. Os dois foram presos, pela Polícia Federal, no dia 7, na Operação Hygeia, sendo investigados por suposto envolvimento em irregularidades de convênios com a Funasa -Fundação Nacional de Saúde-. Os dois ficaram mais de 10 dias presos e foram liberados por decisão do Tribunal Regional Federal.
Bastos e Miranda estão na lista dos 46 indiciados pela Polícia Federal. A superintendência informou esta tarde que os três principais inquéritos decorrrentes da operação foram encaminhados à 1ª Vara da Justiça Federal. “Outros procedimentos decorrentes das investigações feitas após as apreensões e depoimentos seguem os prazos médios de 30 dias para conclusão. Além disso, as perícias nos materiais apreendidos foram solicitadas e apenas após o atendimento dessas demandas é que se podem relatar esses inquéritos”.
Em um dos grampos telefônicos feitos pela PF, o empresário Carlos Miranda aparece conversando com o empresário Valdebran Padilha, que também foi preso, e cita nomes de lideranças políticas de Mato Grosso que estariam avaliando um suposto empréstimo que seria pago tão logo fossem liberados recursos públicos para uma obra.
O afastamento dos dois diminui a tensão no PMDB. Lideranças do partido estavam incomodadas com a repercussão negativa no caso e governador Silval Barbosa também cobrou do presidente do diretório, Carlos Bezerra, medidas em relação aos acusados. Bastos, Miranda e José Luiz Bezerra são ligados políticamente ao deputado carlos Bezerra, que ainda não se pronunciou sobre o caso, desde o dia da operação.
Foram mais de 30 presos em Mato Grosso e outros Estados onde houve a operação. A Controladoria Geral da União apontou que os desvios na Funasa resultaram em prejuízos de R$ 51 milhões.