O prefeito Chico Galindo (PTB) pediu aos vereadores de Cuiabá a criação de um "pacto" pela governabilidade. Galindo pretende garantir a tranquilidade da administração diante da eleição estadual que, segundo ele, pode prejudicar a gestão municipal por causa das diferenças político-partidárias.
Galindo se reuniu reservadamente no início da manhã de ontem com o presidente da Câmara de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), e depois usou a tribuna para pedir abertamente apoio. Foi o primeiro encontro com os parlamentares desde que tomou posse na semana passada diante da renúncia do ex-prefeito Wilson Santos (PSDB), que abriu mão de dois anos e nove meses de mandato para ser candidato a governador.
Durante o encontro, Galindo falou praticamente tudo o que os parlamentares queriam ouvir: admitiu estudar junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a possibilidade de aumentar o orçamento do Câmara e prometeu repassar R$ 300 mil para construção de um novo monumento em homenagem ao Centro Geodésico da América do Sul. "Precisamos fazer um pacto por Cuiabá. Precisamos dos vereadores para continuar administrando a cidade e é por isso que estou aqui. Estamos totalmente abertos ao diálogo", afirmou Galindo.
A preocupação do novo prefeito é manter a mesma hegemonia de Wilson Santos no Legislativo. O tucano contava com apoio de 15 dos 19 vereadores por Cuiabá até renunciar ao cargo. Nos cinco ano e três meses de mandato, não enfrentou grandes dificuldades para manter a governabilidade. O "pacto por Cuiabá" ficou famoso na gestão do ex-prefeito Roberto França (1997/2004) e quase eliminou a oposição na época.
O presidente da Câmara, Deucimar Silva, afirma que os vereadores estão dispostos a ajudar a nova administração. "O que for bom para Cuiabá não vai encontrar resistência aqui. Estamos nos cargos para ajudar a cidade, independente de questões partidárias". Dos 19 vereadores cuiabanos, apenas Domingos Sávio (PMDB), Everton Pop (PP), Lúdio Cabral (PT) e Francisco Vuolo (PR) fazem oposição sistemática à gestão.
Manifestação – Durante a visita, Galindo enfrentou o seu primeiro protesto como prefeito. Servidores ligados à Secretaria Municipal de Saúde defenderam frente-a-frente com o chefe do Executivo a criação de um novo Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCS) que contemple realmente a categoria. Galindo prometeu encaminhar a discussão com a bancada governista e a equipe econômica da Prefeitura, apesar do município ter sugerido um PCCS bastante criticado pela categoria.