Nos próximos dez dias, o juiz federal Julier Sebastião da Silva, e os procuradores Pedro Taques (federal) e Paulo Prado (estadual) anunciam se, afinal, vão deixar as respectivas funções para concorrer a algum cargo eletivo. O prazo deles acaba no dia 3 de abril. Por enquanto, eles participam de reuniões com lideranças partidárias, mantém discursos de candidato, mas adiam a decisão para o último momento. Afinal, há em jogo a estabilidade financeira, com salários que vão de R$ 12 mil a R$ 20 mil.
"Tenho sido bastante procurado por várias personalidades do Estado", confirmou Julier, ao afirmar que os convites são para concorrer ao cargo de governador. Questionado se esse grupo político é do Partido dos Trabalhadores, Julier disse que só vai falar no prazo limite. Mas, com discurso de candidato, ele argumenta que é preciso investir em saúde, educação, segurança pública e saneamento básico, áreas com grande deficiência na atual gestão. "O que precisamos é melhorar a vida do povo", enfatizou, repetindo um jargão do PT.
Julier diz que não se preocupa com a estabilidade funcional e que, se decidir pela política, terá que renunciar ao cargo e ao salário de cerca de R$ 12 mil mensais, conforme prevê a legislação. Questionado sobre os riscos da disputa, ele dispara: "As pessoas não nascem juízes, nem membros do Ministério Público. As pessoas trabalham, como todos tem que trabalhar. Se não for eleito, vou trabalhar". Ele começou a carreira como advogado da Pastoral da Terra, foi procurador do Estado e há 15 anos exerce magistratura.