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Sinop: câmara apura se houve irregularidades em obras de casas

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A comissão de vereadores, da câmara, formada para apurar as denúncias de irregularidades nas obras das casas do bairro Jardim do Ouro – algumas delas inacabadas- começou hoje a tomar depoimentos. O engenheiro da Secretaria Estadual de Infra-estrutura, Rudybert Von Eye, e o supervisor de obras da empreiteira de Cuiabá, responsável pela construção, Luciano Alves de Souza, foram os primeiros a prestar esclarecimento. “Eles disseram que as casas não foram fiscalizadas porque não receberam ordem da empreiteira e que uma comissão de moradores assinou um documento dando ciência que estavam entrando nas residências sem estarem finalizadas. Mas como muitas famílias moravam em barracos de lonas pediram para que as casa fossem entregues do jeito em que estavam”, revelou o presidente da comissão, Sérgio Palmasola. Ele disse ainda que ambos deverão apresentar as documentações, como o contrato da obra e a planilha de materiais usados e de custos, ainda essa semana.

Amanhã será ouvida a coordenadora de Habitação da Secretaria de Assistência Social, Trabalho e Habitação, Antonieta Izabel Matos, que é responsável pelo setor de habitação e cadastro das famílias beneficiadas. A comissão pretende colher mais depoimentos até sexta-feira. Os vereadores terão 30 dias para elaborar o relatório e apresentá-lo ao presidente da câmara, Mauro Garcia, que definirá se será levado ao Ministério Público ou qual medida que será tomada.

Conforme Só Notícias já informou, a comissão foi formada para apurar a denúncia de irregularidades na construção das casas do Jardim do Ouro, que fica em uma área onde funcionou uma madeireira, na década de 90. As obras começaram no início do segundo semestre e entregues dia 22 de dezembro do ano passado. No documento protocolado no Ministério Público Federal, que Só Notícias teve acesso, é questionada a qualidade dos materiais usados na obra e no acabamento. “A dosagem da massa é inferior ao recomendável, a madeira usada não é a ideal para a construção das casas, pois é muito frágil, o beiral que foi construído é menor do que está na planta, nenhum acabamento foi realizado, e os acessórios do banheiro não foram instalados, como a tampa do vaso sanitário, sendo que esses  itens constam na planilha de custo. O padrão de energia não está instalado e quem quisesse adquirir teria que pagar R$ 50 e quem recebeu a chave da casa teve que assinar uma promissória para obter o padrão”, consta na denúncia.

Também foi mencionado na denúncia que não apareceram fiscais de órgãos públicos nem engenheiros para acompanhar a execução da obra. “Quando os moradores se dirigem a secretaria de Ação Social, Trabalho e Habitação para obter informações são posteriormente procurados pelo referido presidente do bairro, o qual os repreende” supostamente afirmando que “não podem reclamar de nada”.

Só Notícias esteve no local e constatou que as cerca de 45 casas medem 32 metros quadrados. Têm dois quartos, banheiro, sala e cozinha conjugadas. Em muitas delas não há reboco nas paredes internas e estão sem portas nos dois quartos. Alguns moradores disseram que também faltam os vidros nas janelas dos banheiros e os encanamentos da caixa d`água estavam danificados. As torneiras “foram colocadas depois de muita insistência”. As residências não possuem forro e chão está no concreto bruto e desnivelado, e quando chove, entra água pela porta devido a altura em que foram construídas. Muitas famílias continuam usando os antigos padrões de energia elétrica, pois já moravam ali antes das casas serem construídas e não têm condições de pagar o valor cobrado para a instalação do novo padrão. O bairro fica às margens da BR 163, a 2 km do batalhão da PM.

(Atualizada às 08:05h em 23/2)

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