O ex-senador e jornalista Antero Paes de Barros (PSDB) partiu para o contra-ataque e classificou como atentado à liberdade de imprensa a queixa crime por injúria e calúnia que responde após ser acionado pelo suplente de deputado estadual e empreiteiro Carlos Avalone (também do PSDB). Ele afirma que as críticas que fez ao correligionário foram publicadas por outros veículos de comunicação, mas foi o único processado. Por isso, voltou a ironizar Avalone lhe chamando de “dublê de suplente e líder de empreiteiras” que fraudaram licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Durante entrevista coletiva, Antero afirmou que mantém as críticas e comparou o suplente de deputado ao governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal, que é acusado de liderar esquema de pagamento de propina. “O que comentei no meu programa de TV foi o que havia um acordo para o Avalone voltar à Assembleia Legislativa e deixar de responder em Cuiabá o processo da Operação Pacenas por conta da imunidade parlamentar. Mantenho minha crítica porque ele admitiu esse acordo. O que disse também é que a imunidade não foi criada para isso”.
Ao comparar Avalone a Arruda, Antero disse ironicamente que ambos se parecem fisicamente. Questionado se a semelhança era apenas física, o ex-senador preferiu deixar para o povo essa avaliação.
Apesar da grande repercussão do embate, o ex-senador avaliou que o episódio não deve prejudicar os planos do PSDB em eleger o prefeito Wilson Santos governador. O crime de injúria prevê pena de detenção de 1 a seis meses e multa. A difamação pode render pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. É o primeiro processo por crime de opinião que Antero responde em quase 40 anos de profissão.
Antero revelou ainda que o escândalo do PAC e levou o prefeito Wilson Santos (também do PSDB) a pedir a interlocutores que tentem demover os planos de Avalone em se candidatar mais uma vez a deputado.
Outro lado
Até o fechamento desta edição, Carlos Avalone não retornou às chamadas feitas pela reportagem.