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Secretário Novacki cogita candidatura a deputado

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Sobre as alianças para a eleição de outubro, ele confirma que o grupo do governador Blairo Maggi já convidou o empresário Mauro Mendes (PSB) para ser vice na chapa encabeçada por Silval Barbosa (PMDB).

Casado, pai de três filhos, 33 anos, Novacki, que é tenente-coronel da Polícia Militar de Mato Grosso, fez uma avaliação dos sete anos do governo Blairo Maggi, destacou avanços em todas as áreas e disse que o governador é hoje uma das maiores autoridades do mundo em Meio Ambiente. A seguir, trechos da entrevista.

A Gazeta – O Estado teve avanços?

Eumar Novacki – Nós conseguimos avançar muito. Não chegamos ao ideal, é lógico que temos muito trabalho pela frente. Mas o mais importante desta gestão foi deixar o planejamento para o Mato Grosso que queremos pelos próximos 20 anos. Essa é a nossa grande marca. Nós planejamos ações no início do governo, demos início a essas ações e estamos em um processo continuado. São políticas públicas acertadas, como por exemplo a que fizemos na área de infraestrutura. Quando investimos em infraestrutura, atingimos a principal vocação do Estado que é o agronegócio, o escoamento da produção. Isso gerou renda, fortaleceu a economia. E economia é um processo em cadeia, que cria novos postos de emprego, tanto que Mato Grosso é o segundo ano consecutivo o campeão na geração de empregos formais no país. Nós temos hoje o maior crescimento econômico do Brasil, Mato Grosso é o único que vai conseguir atingir dois dígitos este ano.

Gazeta – Em que áreas o governo não avançou como esperava?

Novacki – Nós conseguimos fazer com que as mudanças acontecessem nas mais diversas áreas. Tivemos aí um avanço significativo na infraestrutura, na área social, nós vamos entregar quase 70 mil casas no final deste ano. Isso é social. Avançamos muito na Educação. Para você ter uma idéia, nós estamos com um processo continuado de qualificação de professores, reformamos 100% da rede física das escolas, vamos equipar com laboratório de informática. Isso reflete lá na frente, estamos plantando para colher a longo prazo. Nós tivemos avanços significativos na segurança pública. Temos uma polícia mais atuante, chegamos a 80% de eficiência nas investigações policiais, nos casos de homicídio, por exemplo, temos dado a resposta que a sociedade precisa. Por outro lado, isso gera um custo. Tínhamos 3 mil presos no Estado em 2003 e hoje temos 12 mil. Por outro lado, criamos a fundação Nova Chance, que dá nova oportunidade de crescer ao reeducando. Nós tínhamos um helicóptero em 2003, agora temos dois e estamos aguardando a chegada do terceiro. Isso dá mobilidade à nossa estrutura de segurança pública.

Gazeta – Qual o futuro político do tenente coronel Novacki? O senhor pretende concorrer a um cargo eletivo?

Novacki – Não tenho intenção de ser candidato em 2010. Neste momento meu projeto é ajudar a organizar a campanha do governador Blairo Maggi ao Senado. Saio dia 31 de março junto com o governador para ajudá-lo na campanha. É uma eleição difícil. Mas nós vamos fazer campanha, pedir votos, visitar os municípios e vamos tentar renovar com a população de Mato Grosso um contrato. O governador Blairo Maggi não se sente superior a ninguém, não vê o cidadão como subalterno. Pelo contrário, o governador se vê na obrigação de fazer um bom trabalho. Até porque a população confiou nele durante duas eleições, a resposta ele deu com trabalho. Agora está zerado.

Gazeta – Como o senhor avalia a pré-candidatura do empresário Mauro Mendes, diante do quadro que se desenhou nesta semana, quando o PPS praticamente abandonou a Frentinha que dava apoio ao empresário e está firmando aliança com o PSDB? O senhor acha que a candidatura de Mauro Mendes vai se sustentar?

Novacki – O Mauro Mendes é um bom candidato, ele tem um perfil bastante arrojado, que é o que se espera de um gestor. Agora, a questão política não depende só da vontade do candidato, existe uma série de fatores, a questão dos partidos que interfere bastante. Mas eu penso que ainda é cedo, existe um processo de acomodação, muitas conversas estão acontecendo de forma simultânea, entre os partidos, entre os atores. As coisas vão se afunilar em março. Até lá existe muita especulação. Mas eu acredito que, ao final serão candidatos o Mauro Mendes, Wilson Santos e Silval Barbosa.

Gazeta – O senhor acredita que serão três candidaturas ao governo?

Novacki – Sim, acredito. Será um pleito bastante difícil. Mas sem dúvida a população terá condições de optar e avaliar se o que tem sido feito nos últimos anos foi positivo, e se quer dar continuidade disso. O Silval (Barbosa, vice-governador) já vem tocando uma série de ações, já vem acompanhando de perto as ações junto com o governador Blairo Maggi e é o candidato que tem o melhor perfil para dar continuidade a essas ações e cumprir com esse planejamento que estamos tentando concretizar para o Mato Grosso que nós queremos no futuro.

Gazeta – É verdade que o empresário Mauro Mendes foi convidado para ser vice na chapa de Silval Barbosa?

Novacki – Nenhuma possibilidade está descartada. Já foi cogitado sim, a possessibilidade dele compor chapa com Silval Barbosa. Agora, isso ainda depende de uma série de discussões, envolvendo aí os demais partidos, e o próprio PMDB do Silval Barbosa. Mas existe sim uma possibilidade de uma composição futura.

Gazeta – E sobre o Meio Ambiente?

Novacki – Na área de Meio Ambiente, eu vi na imprensa muitas vezes as pessoas dizendo que Blairo Maggi esverdeou. E na verdade eu trato isso como um equívoco. Porque Blairo Maggi sempre foi legalista, tanto nas suas ações na vida particular, como nas suas ações como governante. Prova disso é que se você observar as empresas do grupo AMaggi, sempre tiveram um respeito muito grande às questões ambientais. Então, sempre produziram de forma sustentável. O governador Blairo Maggi, quando assumiu o governo já era um dos maiores produtores de soja do país, e isso atraiu a atenção dos ambientalistas. E por algum momento, as suas colocações, a sua forma simples de dizer as coisas acabou criando um equívoco. Esses ambientalistas, que hoje entenderam bem qual o propósito do governador Blairo Maggi, o tinham na época como a pessoa que só pensava em devastar. Mas o governador nunca disse isso. E nós tivemos avanços importantíssimos.

Gazeta – O governador Blairo Maggi foi criticado por sancionar projeto de Lei que estabeleceu a obrigatoriedade do Estado de garantir a segurança dos ex-governadores. Por que ele assinou essa lei?

Novacki – Primeiro, é preciso esclarecer que o Estado sempre garantiu segurança aos seus governantes, seja no exercício do cargo, seja depois. Todos os outros ex-governadores tiveram segurança paga pelo Estado quando deixaram o governo. O Estado garante isso para que o governante tenha tranqüilidade para tomar as decisões necessárias, que muitas vezes contraria interesse de grupos poderosos, de grupos econômicos. Todos os ex-presidentes da República tem isso, e temos 18 estados da Federação que garantem a segurança de ex-governadores. O Estado de São Paulo tem um decreto do governador que garante a segurança ao ex-governadores e seus familiares. O que o governador Blairo Maggi fez na verdade, como é típico da sua gestão, e um dos pilares da gestão é a transparência, o que o governador fez, foi oficializar uma coisa que estava sendo feita de forma extra-oficial. Fui uma iniciativa da Assembleia Legislativa, que também percebeu isso, apresentou uma proposta de Lei e o governador sancionou. E o que fizemos essa semana foi regulamentar isso.

Gazeta – É verdade que o governador Blairo Maggi vai abrir mão dessa prerrogativa?

Novacki – Eu não discuti esse assunto com o governador, mas eu irei sugerir a ele que não abra mão. Até porque é uma garantia a ele, que ao longo deste governo tomou muitas decisões duras, que contrariaram grupos econômicos. Já tivemos situações em que o próprio governador recebeu intimidações, do tipo: “Olha, daqui a alguns dias o senhor não é mais o governador”. Então, eu irei sugerir a ele que não abra mão dessa segurança.

Gazeta – O senhor está dizendo que o governador já recebeu ameaças? De quem, quando?

Novacki – Sim, de forma velada. Foram intimidações, e-mails de pessoas que se sentiram contrariadas, ex-servidores que cometeram desvios de conduta e foram mandados embora, enfim, é uma série de situações que o governante fica exposto e o Estado precisa garantir a ele um mínimo de segurança para que ele possa trabalhar tranqüilo.

 

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