Em evento que marca o "pontapé" para não ter mais "corpo mole" das ações e obras da Copa 2014, na avaliação do governador Blairo Maggi e do presidente Lula, respectivamente, governadores e prefeitos das 12 cidades-sede assinaram em Brasília, hoje,o termo de cooperação para responsabilidades, fiscalização e investimentos do evento da Fifa. O chamado Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade Urbana para a copa envolve atribuições dos três níveis de governo (federal, estadual e municipal) e investimentos de R$ 9 bilhões em uma primeira etapa, cuja fonte de recursos é o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O documento assinado é a Matriz de Responsabilidades, um pacto de cooperação que define os encargos e os cronogramas de cada ente federativo e dos estados na realização das obras de mobilidade urbana, de estádios e seus entornos, das proximidades de aeroportos e de terminais turísticos.
Na solenidade, o ministro do Turismo, Luiz Barreto, assinou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) linha de financiamento de R$ 1 bilhão para a rede hoteleira fazer ampliação e reforma de meios de hospedagem para a Copa 2014.
Além de reafirmar que todas as ações para a Copa do Mundo Fifa Brasil 2014 devem ficar longe da disputa política, como tem dito, o governador Blairo Maggi citou a oportunidade de divulgação das cidades-sede, como Cuiabá. Ele falou em nome dos governadores presentes.
"Colocamos na ocasião que a copa deveria ser o momento que o país tem, a condição e capacidade para mostrar o Brasil como todo. Não só o Brasil do eixo Rio-São Paulo. O mundo conhece pouco Mato Grosso, Bahia, Pernambuco e assim por diante. É o momento que tem de mostrar o mais bonito, um país seguro para investimento e que tem muito a mostrar mundo a fora", explicou Maggi ao relembrar sobre o argumento da ocasião de escolha do Brasil como cidade sede em 2007, em Zurich (Suíça).
"Nossos embates políticos ficarão em segundo plano", disse Maggi sobre afastar a política de um assunto técnico como a copa. "Decidimos que não iríamos colocar a política acima da Copa do Mundo".
Lula afirmou no discurso que a Matriz de Responsabilidades assinada é uma resposta aos céticos que não acreditam que o país pode criar ambiente para a realização do evento. "O documento é marco e resposta aos pessimistas de plantão que diziam que o Brasil não deveria fazer a Copa e a Olimpíada porque é um país pobre", respondeu a críticas.
"Estou convencido de que a copa melhora a autoestima, a confiança do povo brasileiro e dos empresários. As cidades que vão sediar têm a possibilidade de ganhar uma fatia dos ganhos que demoraria 20 anos. No Rio, com a Olimpíada, projetos que faríamos e demorariam 30 anos, vamos fazer em seis anos", citou exemplo sobre legado de infraestrutura de eventos esportivos dessa natureza.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro mato-grossense Gilmar Mendes, assinou com o ministro dos Esportes um termo para que nas obras da Copa sejam utilizadas pelas empresas mão de obra egressa do sistema prisional.
"Sabemos da força do esporte, da motivação que ele desperta. Gostaríamos de destacar não só o trabalho de direitos humanos, destacamos que se não houver cuidado com a reinserção social , teremos casos de maior reincidência do mundo no sistema prisional", avalia.
As cidades sedes da Copa do Mundo 2014 são: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Recife e Salvador.