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Prefeito de Cuiabá afirma que manterá nova licitação para PAC

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De férias com a família no Nordeste, onde descansa há menos de duas semanas, Wilson também avalia a possibilidade de ser candidato a governador na chapa a ser formada com o DEM e PTB e admite que até dissidentes do PPS e PP devem aderir ao grupo que poderá ter também como candidato ao Palácio Paiaguás o senador democrata Jaime Campos.

A entrevista do prefeito foi concedida durante visita à Rádio CBN Cuiabá, uma das empresas do Grupo Gazeta de Comunicação. Nela, o prefeito rebate às críticas por conta da venda da rua Tuffik Afif, defende chapa pura do PSDB para a eleição presidencial e comenta outros assuntos polêmicos.

A Gazeta – Por que o sr. tem dito que o próximo governador tem que tratar a saúde pública como prioridade? Essa é uma promessa de pré-campanha?

Wilson – Não. Digo isso porque uma das obras mais urgentes que deverão ser feitas é a construção de um hospital regional em Cuiabá. Precisamos de aproximadamente 800 leitos até a Copa de 2014. Se observamos, é incrível como temos prédios luxuosos usados como sede de poderes, com piso de granito, reluzentes, maravilhosos e móveis dos mais caros. Quando a gente entra nesses locais, parece que a gente não está nem em Mato Grosso, mas sim na Suíça ou Suécia. É uma inversão de valores, pois esses prédios exercem a atividade-meio. O único que é para a atividade-fim fica no Centro Político Administrativo (CPA), ou seja, atender o povão diretamente está completamente abandonado há 25 anos e deveria ser o Hospital Central. O Hospital Metropolitano de Várzea Grande é outro exemplo de como está equivocada a visão que certas pessoas têm da administração pública na saúde. A obra é um projeto do ex-governador Dante de Oliveira (PSDB), executado pelo então secretário Júlio Müller. Eram para ser 180 leitos no local. Foi reduzido para aproximadamente 60 e deve ser inaugurado em julho do ano que vem com um terço da capacidade prevista há oito anos. Não sei o motivo dessa redução, mas o fato é que, quando for inaugurado, já estará superado completamente. Saúde tem que ser prioridade e isso vale para qualquer pessoa que assumir o próximo governo.

A Gazeta – Mas a reforma do Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá não vai resolver isso?

Wilson – A reforma do pronto-socorro está andando, mas não vai ser suficiente. Quando era menino e vendia jornal pelas ruas de Cuiabá, nem havia o Pronto Socorro. No momento da sua implantação, Cuiabá tinha 170 mil habitantes. Foi construído para aquela realidade. Temos hoje mais de 600 mil habitantes, além dos pacientes que vêm do interior e de outros estados. Além do mais, poucas cidades no mundo tiveram crescimento populacional parecido com a nossa cidade. O nosso pronto-socorro é o mesmo de 1977. O nosso problema é que só a reforma não vai resolver. Temos que ter um novo modelo de saúde pública para Cuiabá, Baixada Cuiabana e Mato Grosso. Exige-se um pronto-socorro estadual como ocorre nas demais capitais brasileiras. Aqui há uma inversão de valores. O prontos-socorro é municipal para atender o Estado. Deve ser o contrário. Estamos fazendo o maior investimento da história no local: quase R$ 6 milhões, mas não vai ser suficiente. Enquanto isso, fala-se muita bobagem. Falaram que morreu uma pessoa há alguns dias porque não tinha aparelho de desfibrilador. Esse povo não sabe nem o que é seno e cosseno e fala como doutores no assunto. A reforma vai humanizar o atendimento, mas vai ser um carrinho de mão para suportar um caminhão de areia. A região de Cáceres, Confresa e outros pólos tem hospitais regionais mantidos pelo Estado. Isso deve ocorrer aqui na Baixada também, assim como a conclusão do Hospital Central deve ser outra prioridade.

A Gazeta – A greve dos médicos em Cuiabá reflete a situação do setor?

Wilson – Isso já está superado. Não há razões para o pessoal não oferecer o serviço mais digno à população. Também já chegamos a um acordo com o pessoal da enfermagem e temos conversado com os cirurgiões dentistas. Até o início de janeiro vamos ter uma definição para vigorar a partir de 1 de fevereiro. Mesmo que um acordo seja selado posteriormente, isso será retroativo a essa data.

A Gazeta – O sr. é um dos maiores entusiastas do PSDB para 2010, mas a aceitação do governo Lula não pode interferir na eleição?

Wilson – O governo Lula não fez nada de alteração na política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Rigorosamente, ele manteve todos fundamentos: câmbio flutuante, controle da inflação, respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e incentivo às exportações. Essa foi a primeira grande sorte do governo do PT. A segunda foi viver um bom momento na economia mundial e, mesmo assim, somos o segundo país com pior crescimento na América. Perdemos apenas para o Haiti, que está em guerra civil há tantos anos.

A Gazeta – O governo do Estado também vive um bom momento.

Wilson – Qual a grande criação desse governo? Foi apenas um governo executor. Nós somos elaboradores. Enfrentamos até cartéis para implantar o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação). Eles ameaçavam entrar na Justiça contra o imposto e esse tem sido uma das tábuas de salvação do atual governo. Se eles falam que construíram tantas casas, isso só é possível devido a nossa iniciativa.

A Gazeta – Como enfrentar mesmo assim a grande aceitação do governo?

Wilson – Apresentaremos uma proposta nova para Mato Grosso e com caras novas. Já temos um acordo entre o PSDB, DEM e PTB e vamos nos reunir entre fevereiro e março para definir quem será o candidato do nosso grupo. Queremos uma alternativa para Mato Grosso e o melhor nome vai ser apresentado para a população. Parte do PPS, PP e PMDB também vai com a gente.

A Gazeta – E em nível nacional?

Wilson – Defendo chapa pura, puro sangue. Tivemos isso em Minas Gerais e São Paulo na eleição estadual de 2006. Isso já ocorreu também em Mato Grosso nas eleições de 1998 e 2002, quando o Dante foi eleito tendo um colega do partido como vice, mas cada eleição é uma eleição. Defendo a chapa Aécio/Serra porque são dois valores inéditos na política nacional. Como governador, o Aécio deu um choque de gestão na máquina pública mineira e, por isso, foi reeleito com 77% dos votos daquele Estado. O Serra foi o melhor ministro da Saúde que o Brasil teve nos últimos anos e foi destaque mundial por isso. Ele instituiu o Programa Saúde da Família (PSF). O Brasil merece ter esses dois governando o país. Será uma experiência histórica. Além do mais, esses dois já têm experiência comparável a pilotar um bueiro. Por que arriscar e votar em alguém que nunca pilotou nem um teco-teco.

A Gazeta – Mas a chapa pura não dificulta a aproximação de novos aliados?

Wilson – Com eles dois, teremos de frente logo de cara de 7 a 8 milhões de votos em São Paulo e 3 a 4 milhões em Minas Gerais. Isso já é muito importante nesses dois grandes colégios eleitorais. Devemos também vencer nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste como tradicionalmente temos feito nas últimas eleições. A disputa deve ser mais difícil no Norte e Nordeste, regiões em que o PT tem feito muitas obras eleitoreiras e tem se saído bem nas duas eleições do Lula.

A Gazeta – Qual a avaliação da polêmica venda da rua Tuffik Afif?

Wilson – A Prefeitura realmente vendeu a rua, mas porque o interesse público foi colocado em primeiro lugar. Vendeu como? Respeitamos todos os princípios da legalidade. Foi um negociação pública, feita com autorização da Câmara, em forma de leilão público e conseguimos mais de R$ 1,6 milhão por uma pequena travessa no bairro do Porto. Mas vendeu por que? Sei que causa estranheza ao cidadão que está no dia-a-dia trabalhando tomado por uma série de tarefas e compromissos. Vendemos porque o interesse público foi colocado em primeiro público, mas a maioria que falou sobre o tema tem conhecimento zero sobre administração pública. Fizeram uma verdadeira tempestade em copo d”água. O objetivo foi fazer uma adequação viária, alargar a Beira-Rio e ampliar de duas para cinco faixas a curva do Cotovelo. O pessoal diz que vendemos essa rua. Essas pessoas nem sabem onde fica a Travessa do Cotovelo, que não é a rua Tuffik Afif.

A Gazeta – Em relação ao PAC, há possibilidade de ser mantida a licitação já anulada pela Prefeitura?

Wilson – A Prefeitura tem uma posição clara: vamos seguir em frente com a nova licitação. Já temos dois lotes na praça para construir dois reatores para melhorar o tratamento nas lagoas do CPA 2. A nova licitação restante se deve à necessidade de transparência depois das denúncias de fraude apontadas pela operação Pacenas, apesar da Justiça já ter anulado o processo. O problema é que as obras vão ficar de 20% a 30% mais caro as obras. Já pedimos ao governo do Estado uma ajuda financeira para que as metas sejam mantidas. Caso contrário, vamos reduzir a meta de 70% de esgoto tratado para 50% a 55%. Sem dúvida, uma das maiores perdas da história de Cuiabá. Mas a decisão política de realizar novas licitações está mantida.

A Gazeta – Se, por decisão da Justiça, as obras ficarem com as empreiteiras que já realizavam o serviço antes da anulação das licitações, essa perda ocorreria?

Wilson – Provavelmente não. A perda seria apenas por causa da perda anual de valores com o passar do tempo. Isso está previsto na Lei das Licitações. O material a ser comprado seria adquirido agora e teria uma

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