A alta cúpula do PMDB em Mato Grosso, leia-se Carlos Bezerra, foi informada pelo presidente do PMDB Nacional, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), e também por Renan Calheiros (PMDB-AL), das articulações avançadas para que o senador republicano Blairo Maggi ingresse no maior partido político do Brasil, em uma decisão que inclusive teria o apoio de toda a cúpula peemedebista nacional e as bênçãos da presidente Dilma Rousseff (PT), que tem uma forte ligação política e de amizade com o senador mato-grossense.
A chegada de Maggi teria sido discutida com todas as maiores lideranças peemedebistas e teria também o aval do vice-presidente da República, Michel Temer, com quem deverá haver uma conversa final para convencer Maggi, que não é afeito à troca de partidos na sua carreira política partidária.
Aliás, Blairo Maggi sempre manifestou sua vontade de pertencer ao PMDB, partido no qual exerceu a função de militante antes de ingressar na carreira política, mas que não foi possível em 2002 quando concorreu ao governo do Estado pelo PPS, já que o PMDB na época estava ligado ao PSDB, então partido no governo de Mato Grosso. Maggi também deixou o PPS e migrou para o PR compelido por pressões nacionais, já que em 2006 teria apoiado a candidatura à reeleição do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Com Blairo Maggi e outros dois nomes, não divulgados na conversa peemedebista por não se tratarem de Mato Grosso, chegando ao PMDB deixariam o partido numa condição de superioridade dentro do Senado Federal, onde já detém 20 nomes, mas corre o risco de perder duas representações por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), culminada com a não validade da Lei da Ficha Limpa, que deverá sacar Gilvan Borges (PMDB-AP), que cede lugar para João Capiberibe do PSB, e Wilson Santiago (PMDB-PB), para o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), que também obteve voto mas não foi empossado por ter seu registro de candidatura não acatado pela Justiça Eleitoral.
A vontade do PMDB é tanta em ter Blairo Maggi em seus quadros que o partido já teria uma série de consultas jurídicas dos maiores especialistas eleitorais do Brasil para que não houvesse qualquer tipo de risco ou contestação partidária, caso Maggi e os demais senadores deixem seus partidos de origem para migrar para as fileiras do PMDB, que passaria a ocupar uma condição de superioridade em relação aos demais partidos, à exceção do PT da presidente Dilma Rousseff.
Maggi, que se encontra em viagem, não foi encontrado para comentar as supostas articulações para que ele vá para o PMDB. Sua assessoria de imprensa preferiu informar desconhecer qualquer tipo de ilação a respeito de uma eventual troca de partido político, que seria um assunto de ordem pessoal do senador mato-grossense.