“Pouco esclarecedora”. Assim o vereador Domingos Sávio (PMDB) classificou a explanação do deputado estadual Carlos Avalone Júnior, esta manhã, em sessão na Câmara Municipal de Cuiabá. Avalone é representante da empreiteira Três Irmãos, responsável pela reforma do Pronto Socorro de Cuiabá, que teve o teto desabado pela quarta vez recentemente.
Sávio considerou que, após mais de uma hora de perguntas sobre as questões estruturais do prédio, Avalone demonstrou “não estar preparado para as respostas, visto que são seus irmãos os responsáveis pela administração e procedimentos de engenharia da empresa. Ele diz que nem é proprietário e vem aqui para deixar várias questões sem esclarecimento”, criticou Domingos Sávio.
Uma das dúvidas é referente à necessidade de o Pronto Socorro ter sido fechado após o desabamento do teto. Avalone afirmou que não sabe se era preciso paralisar tudo e acredita que essa tenha sido uma questão administrativa, da qual ele não tem conhecimentos técnicos para discorrer. “Enquanto todas as portas do PS estavam fechadas, os pacientes de Cuiabá e do interior foram remanejados para a unidade de Várzea Grande, que mal tem condições de atender aos próprios pacientes”, observou o vereador do PMDB.
Apesar de negar que a empresa executora da reforma tenha culpa pela má condição do prédio que abriga o Pronto Socorro, Avalone disse que os reparos serão realizados pela Construtora Três Irmãos em parceria com a Prefeitura de Cuiabá. “Logo após tomar conhecimento dos estragos, a empresa ligou para o prefeito e tomou todas as atitudes necessárias”, pontuou.
Segundo Carlos Avalone Júnior, que possui experiência como engenheiro e perito judicial, empresas de manutenção que prestaram serviços ao PS no último ano, podem ser as responsáveis pelos problemas que ocasionaram o desabamento do telhado. “Fizemos uma vistoria no local e verificamos ausência de telhas e restos de obras no ar condicionado, o que pode gerar entupimento de calhas e vazamento no forro”, explicou.
Sabatinado pelos parlamentares, Avalone deixou muitas questões no ar, demonstrou pouco saber sobre os trabalhos da empreiteira. As dúvidas geraram um sentimento de frustração aos vereadores. “Ficamos sem muitos esclarecimentos, apenas com suposições”, rebateu Domingos Sávio. O vereador é o autor de uma ação protocolada junto ao Ministério Público do Estado na última quinta-feira (20) para averiguar possíveis irregularidades nas obras do Pronto Socorro e identificar responsáveis.