O desenho do projeto político do PSD de Mato Grosso prevê a ampliação do número de representantes da legenda no Congresso Nacional, principalmente oriundos da classe produtiva. Membro da nacional do partido e líder da bancada ruralista na Câmara Federal, o deputado Homero Pereira está à frente de costuras trabalhadas nos últimos dias de forma ainda mais pontual. Quer assegurar plano que prevê o lançamento nas eleições de 2014 do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, em disputa à cadeira na Câmara dos Deputados. Homero, que planeja pleitear vaga ao Senado, quer garantir seu sucessor nas tratativas junto ao Congresso Nacional.
Rui aderiu recentemente ao PSD, presidido em Mato Grosso pelo vice-governador Chico Daltro. A sigla tem entre os maiores expoentes o presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, que através das ações voltadas aos municípios é apontado como importante via para a corrida ao Palácio Paiaguás. O presidente da Famato objetiva ampliar o campo de debates no partido com defesa de melhorias em setores prioritários para a população, mas com os olhos atentos para as problemáticas que afligem constantemente a classe dos produtores rurais no Estado de forma geral.
Ele deverá colaborar para discussões no PSD, como em relação ao cenário tributário verificado sobre o setor. Chama a atenção para itens que oneram ainda mais a área, como decisão da Secretaria Estadual de Fazenda do Estado (Sefaz), de publicar portaria que eleva em 30% o valor da Unidade Padrão Fiscal (UPF), utilizada como parâmetro para correção de impostos, taxas e contribuições, passando de R$ 36,03 para R$ 46,83.
Em artigo publicado na mídia local, ele alerta que entre os impostos que sofreram alterações com o novo reajuste da UPF está o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que retém recursos oriundos de tributos no setor do transporte da produção agrícola e pecuária.
"Já pagávamos um preço alto para produzir alimentos para a população e transportá-los pelas rodovias de Mato Grosso. Com esta medida, o custo de produção de Mato Grosso, que já era o maior do país, ficou ainda mais pesado. Vale frisar que, mesmo com esta "contribuição" obrigatória, muitas estradas continuam em más condições de tráfego, apesar dos valores que desembolsamos e que, teoricamente, deveriam ser revertidos em obras públicas de qualidade", pondera em trecho do artigo. Rui dá indicativos com essas observações da linha que deverá nortear seu discurso em eventual candidatura.
Homero aposta as cartas no nome de Rui Prado e ainda em outros representantes da sigla, com ênfase no setor. Mas reconhece que todas as projeções terão que passar por amplo diálogo na legenda, considerando que o projeto de 2014 ainda está na fase de prévia elaboração. Entende que o presidente da Famato concentra potencial e experiência para realizar um bom trabalho na Câmara dos Deputados. Rui, por sua vez, faz questão de cobrar desempenho mais eficaz dos governos federal e estadual, principalmente sobre a política tributária.
Chico Daltro ressalta posição do partido de, nesta fase de discussões, direcionar ações para o fortalecimento da sigla com vistas ao embate eleitoral municipal. Ele está na coordenação geral dos trabalhos que visam assegurar as convenções em 121 municípios para instituição das atuais comissões provisórias em diretórios, como ocorre em mais 20 cidades de Mato Grosso. Estava em visita ao interior ontem.
Riva mantém cautela ao avaliar o tema e não confirma posição de pré-candidato ao governo. Mas é crescente na sigla o desejo de que ele possa encabeçar chapa majoritária. Nesse contexto, o projeto de Homero poderá sofrer revisão, em relação as alianças que deverão ser formadas.