O final dos procedimentos relativos às filiações partidárias, encerrados ontem junto à Justiça Eleitoral, marcam a formatação do mapa dos partidos para a construção dos projetos rumo às eleições municipais de 2012. Em Cuiabá, o cenário ainda indefinido sobre candidatos à prefeitura se projeta no nome do empresário Mauro Mendes (PSB), peça principal no tabuleiro político para desenho das posições a serem ocupadas a partir de agora pelas siglas.
Mas os passos do PSB começam a ser dados em sintonia com a corrida ao Palácio Alencastro. Reunião da Executiva municipal, sob responsabilidade de Mauro, realizada na noite de segunda-feira, consolidou “fortes sinais” de que Mauro será candidato. Estão abertas articulações para alianças com praticamente todas as siglas, com olhar especial para o PSD e com veto para o PSDB.
Mauro ainda se mostra reticente sobre o assunto e prefere lembrar que definição de fato, a respeito de candidatura própria, ocorrerá no ano que vem. Mas não nega a possibilidade. As vias de conversações com líderes do PSD e o PMDB continuam e poderão ser fortalecidas, inclusive sobre o cenário de embate eleitoral de 2014. Nesse enredo, o PT está no topo dos apoiadores, com correntes ligadas a ex-senadora Serys Marli validadoras dos planos do empresário. As costuras terão que ser afuniladas porque o partido mantém institucionalmente posição de disputar a administração municipal, com nomes como do vereador Lúdio Cabral.
Secretário-geral do PSB da capital, ex-militante do PCdoB e professor de história da comunidade acadêmica, Suelme Evangelista Fernandes, é um dos maiores defensores da candidatura de Mauro. Foi claro ao frisar que existe sim forte tendência na sigla de construção de chapa majoritária e que essa questão está em fase crescente na legenda, com defesa da maioria dos membros. O Movimento Mato Grosso Muito Mais, integrado pelo PPS, PDT e PV além do PSB, chegou a se aproximar dos tucanos. Mas no PSB o tema encontra resistência veemente. Suelme destaca que no encontro foi rechaçada qualquer possibilidade de estreitamento de laços com o PSDB.
“Entre o PSB e o PSDB tem mais que uma letra, tem um abismo separando os projetos. É Deus e o Diabo na terra do sol. Não vão se unir nunca. Um é a antítese do outro”, disse o secretário-geral num discurso contundente contrário a manutenção de conversas com os tucanos. Foi ainda mais pontual ao ressaltar que o empresário mantém uma linha de trabalho que se opõe as ações de gestão do ex-prefeito Wilson Santos (PSDB). Ambos foram adversários nas eleições de 2008, quando Wilson conquistou a reeleição e no pleito geral de 2010, quando disputaram o comando de Mato Grosso com resultado que consolidou a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB).
O PSD, sob liderança maior no Estado do presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva, não decidiu ainda pelo projeto próprio na capital. Nomes como do ex-deputado estadual Carlos Brito estão no páreo.