A mesa diretora da câmara decidirá, na segunda-feira, o que fará diante das denúncias de suspeição na condução das investigações da Comissão de Ética que investiga 3 vereadores acusados de pedirem propina em troca de apoio político ao prefeito. “Vamos analisar as denúncias, antes da sessão.Vou me reunir com todos os vereadores para formular um requerimento sobre estas denúncias. Ele será apresentado na próxima sessão e votado em plenário. Os vereadores devem analisar se as denúncias comprometem ou não o andamento dos trabalhos da comissão”, disse o presidente da câmara, Luis Fabio Marchioro, em entrevista coletiva.
Ele confirmou que recebeu, ontem ,as acusações e pediu explicações aos vereadores da comissão.”Eles julgaram improcedentes as denúncias, mas decidiram submeter a decisão em plenário”, esclareceu. Marchioro afirmou que só vai mandar parar os trabalhos da comissão caso o plenário acredite que as denúncias sejam procedentes ou com uma ação judicial. “Não acredito uma amizade influência a favor ou contra no julgamento de falhas de alguém. A principio, esta acusação não pararia a comissão, mas vou esperar a decisão dos demais parlamentares”, finalizou.
Conforme Só Notícias já informou, as denúncias foram protocoladas pelos vereadores Gerson Francio (Jaburu) e Roseane Marques -ambos investigados pela comissão- e Gilberto Rodrigues Ferreira, conhecido como Vadinho. Jaburu alegou “intensa intimidade entre o relator da comissão, o vereador João Matos (PTB), com um dos denunciantes do suposto esquema, Zilton Mariano, atual secretário de Industria, Comércio e Turismo, que assumiu ser o autor de algumas gravações enviadas ao Ministério Público”. Já a vereadora Roseane reclamou do tratamento indelicado também por parte do relator da comissão.
Esta é a segunda tentativa de barrar os trabalhos da Comissão de Ética formada pelos vereadores Paulo da Farmácia, João Matos e Marilda Savi. A anterior foi pedido na justiça para que os trabalhos fossem suspensos, sob alegação que a composição da comissão não estava correta. A justiça não atendeu o pedido.
A comissão ouviu os depoimentos de Jaburu, Roseane, de Zilton Marino, ex-secretários e outras pessoas e deve concluir o relatório -até dia 12 de outubro- pedindo que os vereadores sejam punidos (podendo até serem cassados) ou absolvidos. Além de Roseane e Jaburu, a comissão também se manifestará sobre o vereador Chagas Abrantes, também investigado no caso de pedido de propina em troca de apoio ao prefeito, na câmara.
Jaburu, Roseane e Chagas continuam afastados dos cargos de vereador, por decisão judicial. Eles foram presos, por 4 dias, em julho, em operação do GAECO. Posteriormente, obtiveram habeas corpus no mérito do processo, concedido pelo Tribunal de Justiça. Os três negam as acusações.